quinta-feira, 24/04/25
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Trump critica Putin por ataque a Kiev: ‘Vladimir, PARE!’

Presidente dos EUA criticou ofensiva russa com mísseis e drones contra capital ucraniana. Ataque deixou 9 mortos e, segundo Zelensky, foi ‘um dos mais absurdos’ da guerra.

Imagem: Reprodução/CNN BRASIL

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o ataque feito pela Rússia a Kiev, na Ucrânia, nesta quinta-feira (24). O bombardeio, segundo o governo ucraniano, foi um dos piores desde o início da guerra à capital ucraniana e deixou nove mortos.

Em mensagem direta ao presidente russo, Vladimir Putin, Trump disse que o ataque foi “desnecessário” e acontece em um “momento ruim”, em que os dois lados tentam um cessar-fogo com a intermediação dos EUA.

“Eu não estou feliz com os ataques russos a Kiev. Desnecessários e em um momento ruim. Vladimir (Putin), PARE! 5.000 soldados estão morrendo por semana. Vamos fechar o acordo de paz!”, escreveu o presidente norte-americano.

 

Postagem do presidente dos EUA, Donald Trump, em sua rede social Truth Social, em 24 de abril de 2025. — Foto: Reprodução/ Truth Social

 

Desde que assumiu seu segundo mandato, em janeiro deste ano, Donald Trump vinha mostrando proximidade com Vladimir Putin e inclusive iniciou diálogos bilaterais com a Rússia para negociar um acordo de paz na Ucrânia, excluindo representantes de Kiev.

O ataque com mísseis e drones realizado pela Rússia atingiu Kiev durante a madrugada desta quinta. Segundo as autoridades locais, além das nove mortes, 63 pessoas ficaram feridas. Há crianças entre as vítimas.

Uma fonte militar ucraniana afirmou à agência de notícias Reuters que o míssil balístico que causou as mortes na cidade é norte-coreano, do modelo KN-23.

Ataque a Kiev

Ao menos 42 pessoas foram hospitalizadas, segundo o Serviço Estadual de Emergência da Ucrânia. As operações de resgate estão em andamento para encontrar corpos sob os escombros. A agência de notícias Associated Press (AP) presenciou equipes de emergência resgatando pessoas e retirando corpos dos destroços.

Incêndios foram registrados em vários edifícios residenciais, segundo Tymur Tkachenko, chefe da administração militar da cidade. O ataque atingiu pelo menos quatro bairros de Kiev.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chamou o ataque russo de “um dos mais absurdos” da guerra, e que seu rival deve parar os ataques massivos imediatamente. Zelensky também disse que a Rússia não respeita o cessar-fogo aéreo no Mar Negro acordado com os EUA em março, e anunciou que encurtará uma visita oficial que fazia à África do Sul por conta do ataque.

O Kremlin afirmou na manhã desta quinta-feira que a Rússia continuará sua operação militar para “atingir alvos militares e adjacentes”. Segundo o governo russo, o cessar-fogo citado por Zelensky expirou, mas que “continua trabalhando com os EUA para chegar à paz”.

Oksana Bilozir, uma estudante que estava recebendo atendimento médico por um ferimento na cabeça perto do local do impacto, disse que ouviu uma explosão alta após o alarme antiaéreo soar. Ela, então, começou a pegar suas coisas para fugir para um abrigo quando outra explosão fez as paredes de sua casa desabarem e as luzes se apagarem.

“Honestamente, eu nem sei como tudo isso vai acabar, é muito assustador”, disse Bilozir, referindo-se à guerra contra a invasão russa. “Eu só acredito que se pudermos detê-los no campo de batalha, então é isso. Nenhuma diplomacia funciona aqui.”

 

Anastasiia Zhuravlova, de 33 anos, mãe de dois filhos, estava abrigada em um porão após várias explosões danificarem sua casa. Sua família dormia quando a primeira explosão quebrou as janelas e lançou eletrodomésticos da cozinha pelo ar. Estilhaços de vidro caíram sobre eles enquanto corriam para se proteger no corredor.

“Depois disso, viemos para o abrigo porque estava assustador e perigoso em casa”, disse ela.

 

Trump x Zelensky

O ataque ocorreu poucas horas após as negociações de paz parecerem estagnar, com o presidente Donald Trump atacando Zelensky. O republicano disse que ele estava prolongando o “campo de matança” ao resistir a ceder a Crimeia à Rússia como parte de um possível plano de paz.

Zelensky havia afirmado que a Ucrânia jamais cederia a Crimeia à Rússia, que tomou a península em 2014, em um ato condenado internacionalmente.

“Não há o que discutir aqui. Isso vai contra nossa constituição”, declarou.

 

Zelensky anexou à sua postagem a Declaração sobre a Crimeia de 2018, de Mike Pompeo, então secretário de Estado de Trump, que dizia: “Os Estados Unidos rejeitam a tentativa de anexação da Crimeia pela Rússia e prometem manter essa política até que a integridade territorial da Ucrânia seja restaurada.”

Trump, que teve um confronto com o presidente ucraniano em uma desastrosa reunião no Salão Oval em março, classificou essa declaração como inflamatória e disse que ela dificulta a paz. Em uma postagem nas redes sociais, afirmou que a Crimeia foi perdida há anos “e nem sequer é mais um ponto de discussão”.

Zelensky reconheceu mais tarde, em uma postagem no X, que as conversas em Londres entre autoridades dos EUA, Ucrânia e Europa foram marcadas por fortes emoções, mas expressou esperança de que o trabalho conjunto leve à paz.

Ele reafirmou que a Ucrânia seguirá sua constituição e disse ter certeza de que os parceiros de Kiev, em especial os EUA, “agirão de acordo com suas decisões firmes”.

Trump, que prometeu durante sua campanha acabar com a guerra nas primeiras 24 horas de seu novo mandato, repreendeu Zelensky e afirmou no Truth Social que os EUA estão tentando parar a matança na Ucrânia e que estão “muito perto de um acordo” pela paz.

Mais tarde, Trump disse a repórteres que achou que as conversas em Londres “foram bem”, embora tenha comentado, em referência aparente ao presidente russo Vladimir Putin e a Zelensky: “Precisamos que duas pessoas, duas pessoas fortes e inteligentes, cheguem a um acordo. Assim que isso acontecer, a matança vai parar.”

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, cancelou sua viagem para participar das conversas em Londres, o que levou ao cancelamento de uma reunião mais ampla com chanceleres da Ucrânia, Reino Unido, França e Alemanha — ressaltando as divergências entre Washington, Kiev e seus aliados europeus sobre como encerrar a guerra.

 

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