O GDF prepara o lançamento do aplicativo DF no Ponto, que permitirá aos passageiros planejarem suas viagens com previsibilidade de horários e rotas.

Um ano após a implementação da modernização do sistema de bilhetagem, o Distrito Federal alcançou a marca de 100% das passagens do transporte público pagas digitalmente. Desde julho de 2024, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) iniciou, de forma gradual, a substituição do pagamento em dinheiro pelos meios digitais em todas as linhas urbanas de ônibus e no metrô. Hoje, nenhuma linha aceita mais o pagamento em espécie.
A mudança representa um marco no transporte coletivo da capital federal, que agora opera exclusivamente com cartões Mobilidade e Vale-transporte, cartões bancários físicos ou por aproximação (débito e crédito), dispositivos móveis como celulares, relógios e pulseiras, além das gratuidades concedidas a estudantes, idosos e pessoas com deficiência.
“O pagamento de passagens somente por meio digital trouxe segurança aos usuários e reduziu o tempo de embarque, tornando as viagens mais rápidas”, destacou o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves.
Benefícios para os usuários
De acordo com dados da Semob, o sistema de bilhetagem automática do DF registra mais de 1,4 milhão de acessos diários ao transporte público. Desse total:
- 60% das passagens são pagas com o cartão Mobilidade ou Vale-transporte — ambos garantem o benefício da integração, que permite até três embarques em um intervalo de três horas por R$ 5,50.
- 30% dos acessos são feitos por gratuidades (estudantil, PcD e sênior).
- 9% são pagos por meio de cartões bancários com tecnologia por aproximação, que não garantem o benefício da integração.
O estudante Davi Miranda, 19 anos, morador de Planaltina, destacou a maior segurança como uma das principais vantagens da mudança. “Sem dinheiro circulando, fica menos atrativo para roubos”, comentou. Já o auxiliar administrativo Gustavo Costa Oliveira, 20, elogiou a praticidade: “Uso todos os dias. Pego dois ônibus e pago só uma passagem. A recarga pelo Pix é excelente, porque facilita muito no dia a dia.”

Crescimento no uso do cartão Mobilidade
A digitalização também impulsionou a adesão ao cartão Mobilidade. Entre julho de 2024 e maio de 2025, o número de cartões emitidos cresceu 47%, passando de 491.331 para 723.469 unidades. O cartão pode ser solicitado ou recarregado gratuitamente nos postos do BRB Mobilidade. A segunda via custa R$ 5,40. A recarga pode ser feita com dinheiro nos terminais rodoviários, estações de metrô e pontos de atendimento, ou via Pix, por meio do aplicativo BRB Mobilidade.
Bilhetes avulsos ainda podem ser comprados com dinheiro
Apesar da extinção do pagamento em espécie nos veículos, o dinheiro ainda pode ser usado para adquirir bilhetes avulsos (QR Code) nos pontos de atendimento. Esses bilhetes são unitários, têm o mesmo valor da tarifa da linha utilizada e não permitem integração com outras linhas de ônibus ou metrô. No entanto, representam apenas 1,24% dos acessos diários no DF.
Próximos passos
Para complementar a modernização, o GDF prepara o lançamento do aplicativo DF no Ponto, que permitirá aos passageiros planejarem suas viagens com previsibilidade de horários e rotas. A ferramenta deve também possibilitar, em algumas linhas, o aumento da oferta de viagens, graças à otimização gerada pela redução do tempo de embarque.
Com a digitalização total das passagens, o transporte público do DF dá um importante passo rumo à eficiência, segurança e comodidade para os usuários, alinhando-se às tendências globais de mobilidade urbana inteligente.