Foram 144 milhões raios registrados no ano passado no Brasil. A possibilidade de uma pessoa ser atingida por um raio é de uma em 1 milhão, mas, aqui no país, essas descargas elétricas matam cerca de 130 pessoas por ano, segundo o Inpe.
Começou a temporada de raios no Brasil, e nenhum país do mundo registra mais que aqui este fenômeno.
Era um vídeo para mostrar a chegada da chuva no fim de semana, em uma serra em Minduri, no Sul de Minas Gerais. Quem filmou escapou por pouco. “Graças a Deus, a gente teve só uns arranhões. Estamos todos muito bem, fui trabalhar hoje”, conta o vereador que gravou as imagens.
Também no fim de semana, 34 cabeças de gado morreram atingidas por uma descarga elétrica em uma propriedade em Cacaulândia, em Roraima.
Especialistas explicam que os raios aparecem mais justamente no verão. Quanto mais quente fica o ar, mais leve ele fica, e mais rápido sobe para a atmosfera. No encontro com temperaturas mais frias, há formação de gotículas de gelo que se chocam dentro das nuvens, formando a eletricidade.
“A corrente média de um raio medido aqui no Brasil é cerca de 1.240 vezes maior que a corrente de um chuveiro elétrico de alta potência, de 7500 watts, aquela corrente que é capaz de aquecer a água que nós tomamos banho. Então, você imagina uma corrente 1.200 vezes maior que ela”, destaca Silvério Visacro, pesquisador da UFMG.
Quando há formação de nuvens com raios no horizonte, o melhor a fazer é evitar lugares abertos. Buscar abrigo em prédios, pontos de ônibus ou dentro de carros, por exemplo. A possibilidade de uma pessoa ser atingida por um raio é de uma em 1 milhão, mas, no Brasil, essas descargas elétricas matam cerca de 130 pessoas por ano, segundo o Inpe.
Foram 144 milhões raios registrados no ano passado no Brasil, o que pode ser explicado pelo La Niña. O fenômeno resfriou as águas do Oceano Pacífico na região equatorial e alterou a circulação da atmosfera no planeta. Agora, além do La Niña, parte do país tem que se preocupar ainda com outro fenômeno climático.
“Essa zona de convergência traz umidade da Amazônia e aumenta as tempestades no Sudeste. Então, nos últimos 20 dias, nós estamos com um aumento na concentração de raios no Sudeste em função deste fenômeno, que é um outro fenômeno. A tendência é que, para o final de janeiro, a situação mude e esse efeito desapareça”, explica Osmar Pinto Jr, especialista em raios e coordenador do grupo de eletricidade atmosférica do Inpe
G1*