Mercado financeiro projeto que Banco Central fará um novo aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic
A alta da inflação deve pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a elevar a taxa básica de juros (Selic) pela terceira vez seguida no ano, apontam especialistas. A decisão será anunciada pelo órgão nesta quarta-feira (16/6), após às 18h.
De acordo com as previsões do mercado financeiro, divulgadas no início desta semana pelo Boletim Focus do Banco Central, tudo indica que ocorrerá um novo aumento de 0,75 ponto percentual. Essa decisão elevaria a taxa de juros de 3,5% para 4,25% ao ano.
Parte dos economistas, no entanto, avalia que a alta será ainda maior, podendo fazer a Selic chegar a 4,5% ao ano. Em qualquer um desses cenários, o resultado seria o maior desde 2019, quando o patamar estava estável. A previsão é de que a Selic não pare de aumentar e chegue a até 6,5% no decorrer do ano. No início de 2021, a taxa estava em apenas 2%.
Motivo
Na prática, o aumento dos juros tem como objetivo dificultar o acesso da população ao crédito. Com isso, as empresas têm menos demanda e os preços caem. Junto a esse efeito, o dólar também tende a recuar.
O economista-chefe da Infinity, Jason Vieira, ironiza e explica que a queda da moeda americana não impacta “somente as viagens de fim de ano para a Disney”.
“Com o dólar controlado, investidores internacionais começam a botar dinheiro no país. Assim, eles geram emprego, renda e introduzem verba na economia. O dólar caindo gera conforto. Não é só besteira de viagem para a Disney. Gasolina, gás, commodities e uma série de alimentos são afetados pela cotação do dólar”, afirmou Vieira.
“A queda do câmbio é muito benéfica. A própria elevação de juros significa a valorização da moeda. Se os juros estão mais caros, logo, a moeda está mais valorizada”, emendou o economista. Apesar da queda do dólar, outro fator tem pressionado os preços: a crise hídrica, que promoveu o aumento do preço da energia elétrica.
Seu bolso
O aumento dos juros provocará taxas bancárias mais elevadas, influenciando assim, o consumo da população e os investimentos produtivos.
Outro problema previsto pelos especialistas são despesas maiores com os juros da dívida pública. O possível crescimento de 4,5 pontos na taxa Selic geraria cerca de R$ 145 bilhões a mais nas despesas com juros.
Por outro lado, as aplicações financeiras com renda fixa, como a poupança, tendem a render mais.