A China reivindica a ilha democrática autônoma como parte de seu território e prometeu recuperá-la um dia, à força, se necessário
Centenas de reservistas do exército taiwanês participaram de treinamento nesta segunda-feira, depois que a presidente pediu a “unidade” da ilha em meio a preocupações revividas pela invasão russa da Ucrânia de que Pequim possa retomar a ilha pela força.
No ano passado, Taiwan intensificou o treinamento de reservistas em meio às crescentes tensões entre Pequim e Taipei.
A China reivindica a ilha democrática autônoma como parte de seu território e prometeu recuperá-la um dia, à força, se necessário.
Cerca de 400 reservistas participaram de exercícios de tiro nesta segunda-feira como parte de um programa para prepará-los para o combate.
O treinamento, que começou no início de março, simulou a defesa de uma praia próxima à capital Taipei.
Este treinamento ocorre enquanto Taipé monitora de perto a invasão da Ucrânia pela Rússia.
No sábado, a presidente Tsai Ing-wen enfatizou a necessidade de a ilha estar unida para garantir sua defesa. “A situação na Ucrânia prova mais uma vez que a proteção do país, além da solidariedade e assistência internacional, depende da unidade do povo”, disse ela, vestida com uniforme militar e colete à prova de balas.
O general Chen Chung-chi, chefe do 6º Comando do Exército de Taiwan, enfatizou a importância das tropas reservistas, além dos militares profissionais.
“A segurança de todo o país não depende apenas dos soldados”, disse à AFP nesta segunda-feira.
“Na Ucrânia, vemos soldados no campo de batalha e alguns homens (…) que vão para o combate depois de terem colocado suas esposas e filhos em segurança”, continuou. “O poder militar é limitado, mas o poder do povo é ilimitado”.
Um reservista, Shi Hui-bin, explicou que o treinamento permite que ele se mantenha preparado e atualizado com as táticas militares atuais.
“Quando chegar a hora, saberei o que fazer”, disse a repórteres após uma sessão de treinos de tiro.
O presidente chinês Xi Jinping adotou uma abordagem marcadamente mais agressiva em relação a Taipé desde a eleição de 2016 da presidente Tsai Ing-wen, que considera Taiwan como uma nação soberana e não parte de “uma China”.
Moscou está do lado de Pequim, dizendo que Taiwan é “parte integral” da China.
No ano passado, aeronaves militares chinesas realizaram um número recorde de incursões na Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan (ADIZ).
Nesta segunda-feira, o ministério da Defesa Nacional de Taiwan informou a incursão de 13 aeronaves militares chinesas, incluindo 12 caças, na zona de defesa aérea, o maior número desde o início do mês.
Cinquenta e seis caças chineses entraram na área em 4 de outubro, o número mais alto em um único dia, segundo dados compilados pela AFP.
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