Suspeito iniciou tratamento psicológico no ano passado e, segundo polícia, ‘se apaixonou’ pela profissional, de 30 anos. Crime é investigado pela Delegacia da Mulher.
A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam I) prendeu em flagrante, nesta quinta-feira (16), um homem de 61 anos suspeito de “stalking” (perseguição, em inglês) contra a psicóloga que o atendia, no Distrito Federal. Segundo a investigação, o paciente enviava cartas, ligava e mantinha “amor platônico” pela profissional.
A vítima contou que o idoso iniciou o tratamento psicológico no fim do ano passado, em um consultório de Sobradinho, e acabou “se apaixonando”. Ao perceber a situação, a psicóloga disse que decidiu encerrar as sessões, em julho deste ano, e encaminhou o paciente para ser atendido por outro profissional.
Desde então, segundo relatos da vítima, o paciente passou a persegui-la, enviando mensagens, criou perfis falsos na internet e chegou a comprar um chip para falar com ela, já que a especialista havia bloqueado o homem de todas as redes sociais.
“Mesmo contra a vontade da vítima, o homem foi até o consultório dela algumas vezes, deixando cartas com dizeres: ‘o maior fracassado não é aquele que fracassa a primeira vez, e sim aquele que não tenta a segunda’ “, contou o delegado que investiga o caso, Thiago Hexsel, da Deam.
Na semana passada, o idoso deixou uma carta no consultório da vítima, dizendo que iria falar com ela “de qualquer forma”. Nesta quinta-feira (16), o suspeito foi até o local, onde, sem ele saber, os policiais o aguardavam para realizar a prisão em flagrante.
Em razão do estado emocional, a vítima e o suspeito foram levados para na Delegacia da Mulher, na Asa Sul, e atendidos por uma equipe de saúde, incluindo psicólogos.
O que é stalking
Perseguir uma pessoa online ou no mundo físico é crime. Em abril, foi sancionada uma lei que incluiu no Código Penal o crime de perseguição, conhecido também como “stalking”.
A pena para quem for condenado é de 6 meses a 2 anos de prisão, mas pode chegar a três anos com agravantes, como crimes contra mulheres.
Até junho deste ano, o Distrito Federal registrou 242 ocorrências, uma média de três por dia. Dos registros, mais da metade (56%) estão dentro de um contexto de violência doméstica, e 85% das vítimas são mulheres, mostram os dados.