O Secretário de Segurança Pública afirma que crimes cibernéticos cresceram exponencialmente no DF
Michael Mello/Metrópoles
Enquanto o registro de crimes violentos está em queda, o número de crimes cibernéticos cresce exponencialmente no Distrito Federal, segundo o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar.
Para fazer o combate digital contra organizações criminosos, pedófilos e golpistas, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) e a Polícia Civil do DF (PCDF) assinaram um acordo de cooperação técnica com a Polícia Federal (PF), na superintendência regional da PF, no Setor Policial Sul, na manhã de sexta-feira (27/9).
“Hoje, o Brasil e o mundo vivem uma situação interessante, onde os crimes de sangue, cometidos com violência, vêm sendo reduzidos, mas na contramão vêm os crimes cibernéticos, que aumentaram muito. Para combater esse tipo de crime, a gente precisa de conhecimento especializado, de modernização, de evolução e troca de informações”, disse Avelar.
Pelo diagnóstico de Avelar, a criminalidade digital avança em todas as frentes, seja o crime organizado ou na pedofilia. “São fraudes bancárias, golpes cometidos pelas redes sociais, são crimes de pedofilia.”
Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, acordos e parcerias firmados com outros países têm sido determinantes no combate contra crimes internacionais digitais. Por isso, neste momento, o Brasil também deve trabalhar na integração nacional.
“Nós temos como grande pauta dos nossos trabalhos a cooperação, seja doméstica ou internacional, até pelas características do crime organizado, que atualmente não tem mais fronteiras”, ressaltou.
A PF já atua integradamente com as 27 unidades da federação contra o crime organizado e, agora, pretende selar parcerias específicas contra crimes cibernéticos. “Nós já temos em trâmite quatro acordos que eu diria pilotos, com trabalhos em andamento”, comentou.
Megaoperação
Exemplo disso foi a megaoperação deflagrada nesta semana, coordenada pela PF, em que foram cumpridos mais de 140 mandados de busca, resultando na prisão de mais de 60 pessoas acusadas de portar material digital de violação de crianças e adolescentes.
“A perspectiva é que nós estendamos a todas 27 unidades da federação esses acordos, que sobretudo têm troca de conhecimento, de base de dados, equipamentos e, funcionalmente, uma integração permanente com nossas equipes da Polícia Judiciária dos estados com a Polícia Federal”, destacou.
Durante o discurso na celebração da parceria com o DF, o diretor-geral destacou a importância das parcerias para amenizar o problema do déficit de policiais federais. “Todos sabemos a restrição de efetivo que temos, nas tarefas que temos a desempenhar e que só serão possíveis de ser vencidas com essas parcerias”, assinalou Andrei.
Na sequência, o secretário de Segurança Pública do DF, que também é delegado da Polícia Federal, ponderou sobre a integração da PF com a PCDF. “Eu acho, eu defendo, eu sustento, que a Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal deveriam ser uma só. Eu acredito nisso. São corporações com a mesma origem, o antigo Departamento Federal de Segurança Pública. São corporações com as mesmas condições, são corporações com o mesmo concurso”, afirmou.
Para Avelar, os acordos são importantíssimos, mas a realidade impõe a necessidade da união das instituições diante da dificuldade de efetivo. “Por que não somar os esforços das instituições? Não só através de atos tão importantes como esse [a parceria contra crimes cibernéticos]. Mas acho que a gente deveria ir além. É o que entendo, o que defendo, é o que eu queria”, concluiu. (Metrópoles)