Maria José Rocha Lima*
Recebi, hoje, mensagem de congratulações e boas-vindas de Isabel Cristina Rocha de Morais, presidente do Clube Soroptimista Internacional Brasília Sudoeste, pelo ingresso no clube. Ela lembrou que eu fui agraciada pelo Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, que foi soroptimista e fundadora da Associação Brasileira de Educação.
Destacou que “só pela educação as mulheres serão empoderadas e alcançarão a emancipação econômica”.
Ser uma soroptimista é motivo de muito orgulho! É como mais um chamado ao cumprimento de uma missão de contribuir para “melhorar a vida de mulheres e meninas em suas comunidades e no mundo todo”.
A organização internacional de irmãs soroptimistas teve início em Oakland, Califórnia, nos Estados Unidos da América, em 1921, sendo posteriormente organizada como Soroptimist International, com uma Fundação Soroptimista e quatro federações: a Federação da Grã-Bretanha, a Federação da Europa, a Federação do Pacífico Sudoeste e a Federação das Américas (à qual pertence a Região Brasil). [1] No mundo, em 122 países, há cerca de 75 mil soroptimistas.
A organização Soroptimist tem, desde 1951, vínculos oficiais com o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas – ECOSOC, sendo uma autoridade reconhecida em questões que valorizem a mulher. Apesar de quase um século de criada, a Fundação Soroptimista ainda é pouco conhecida.
A primeira vez que tomei conhecimento sobre as Soroptimistas foi ao estudar a vida de Bertha Lutz, mulher que realizou uma jornada de vida épica e fora uma delas, tendo sido homenageada pelas Soroptimistas como Mulher do Ano, em 1946.
A segunda vez que tive contato com as Soroptimistas foi como convidada para entrega do Prêmio Viva Seu Sonho, na Embaixada de Portugal. Vivi uma experiência emocionante, ao chegar lá e descobrir que o prêmio seria oferecido a uma baiana, Paula Regina, vítima de violência doméstica, com filhos, moradora da periferia de Salvador, que sonhava ser médica. As soroptimistas do mundo inteiro a selecionaram para Viver o Seu Sonho. Financiaram os seus estudos no curso de Medicina e lhe deram, depois de formada, uma quantia em dólares para que ela realizasse a Residência Médica, no país que desejasse.
E, mais recentemente, fui convidada para colaborar, como psicopedagoga, no Programa “Sonhe. Realize: Apoio Profissional para Meninas”, num Centro Educacional de Brasília.
Nesse programa, testado internacionalmente, são ensinados às meninas do ensino médio o passo a passo e estratégias de planejamento, para que transformem sonho em realidade. Atualmente, temos como destaque os dois programas: “Prêmio Viva Seu Sonho: Educação e Habilitação para Mulheres” e o Programa “Sonhe.Realize.”
A visão das soroptimistas é a organização de serviços voluntários escolhidos pelas mulheres profissionais e de negócios comprometidas com a melhoria de vida de mulheres e meninas. Com elas, “empregarei meus melhores esforços no sentido de promover e defender esses ideais, para maior alegria no lar, na sociedade, no trabalho, pela Pátria e por Deus”.
*Maria José Rocha Lima é mestre e doutoranda em educação. Foi deputada de 1991 a 1999. Presidente da Casa da Educação Anísio Teixeira. E dirigente da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Psicanálise. ABEPP