
Zeugma Santos
Era meia-noite quando me levantei para orar. Veio à minha mente a imagem de médicos, enfermeiros e tantos outros profissionais da saúde travando batalhas silenciosas. De um lado, quem cuida. Do outro, quem precisa ser cuidado. Entre eles, um pai.
Aquele homem, por razões que talvez só Deus compreenda, afastou-se da própria família. Fugiu da doença? Do incômodo? Ou de algo que nem ele saberia explicar? Mas quando a fragilidade o alcançou, seus filhos não hesitaram. Assim que souberam, atravessaram estados para buscá-lo. Não olharam para trás. O que importava era estar ali.
A chegada ao hospital foi imediata. Não houve perguntas desnecessárias. Os profissionais viram a urgência e agiram. Primeiro socorro. Encaminhamento. Na UPA, o tratamento. Exames. Assistência completa. E, se preciso for, transferência para outro hospital. Cada decisão, uma estratégia para salvar vidas.
O hospital, a UPA, as ambulâncias—todos operam como um campo de batalha. Enfermeiros são soldados de trincheira, estancam feridas e oferecem conforto. Médicos, generais que tomam decisões cruciais. Motoristas de ambulância cruzam a cidade como batedores, garantindo que ninguém fique para trás. Seguranças protegem a linha de frente. Cada um carrega o peso da vida do outro, sabendo que, entre o possível e o ideal, existe sempre uma brecha para o impossível.
O pai agora recebe cuidados. Ainda não se sabe ao certo qual inimigo ele enfrenta, mas não está sozinho. Seus filhos estão ao lado dele, sem pensar no passado, apenas no presente. No fim, isso já é uma vitória.
Pensei neles—nos que escolhem estar quando mais importa. Nos que, exaustos, seguem em frente. Nos que não perguntam “por quê?”, apenas “como posso ajudar?”.
Porque, no fim, a única resposta que importa é: se não eles, quem estará lá?
“Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.” (Eclesiastes 3:1)
E a Dra. Zeugma nos presenteia mais uma vez!!!
Obrigada!!!!
Parabéns! Zeugma, sempre surpreendendo. Beijos.
Excelente comparação, Dra. Zeugma.
Parabéns!
Uma crônica real. Contra fatos não há argumentos. A gente se impressiona muito mais quando o que foi escrito foi o que em verdade vivemos no coração e sentimos na pele-“ Como quando acordamos bem cedo e vemos a luz do sol brilhar e o seu calor tocar a nossa as nossas vidas”
Nossa!
Parecendo fato real que estou vivendo.
Tem que ter muito amor e Deus no coração, pra dar todo apoio preciso.
Concordo plenamente
Refleti novamente no texto e entendi, isso é dar a outra face(Eis me aqui…)Quando Maria disse,Mãe de Jesus, assim foi a equipe de saúde, e os filhos para com o pai
Realmente, depois de uma rápida reflexão veio e minha mente o que é ser “ imagem e semelhança de Cristo “ … talvez sem perceber.. esses foram os verdadeiros heróis… aqueles que deram e ainda estão dando a “outra face”.
👏👏
Amei seu texto! Estou começando a trabalhar na area da saúde e hoje entendo melhor a importância desses profissionais! Melhor, a importância de qualquer pessoa nesses momentos que nos causam tanto medo!!! Sua sensibilidade é incrível! 😍
ótimo texto,. Parabéns pela mensagem inserida nele.
Zeugma tem um olhar que é Além! Me fez relembrar de preciosos momento com minha avó, a bravura de cada um naquele ambiente…O texto nos faz revisitar sentimentos e valorizar cada um deles!
Parabéms ao jornal por dar espaço a textos como o da escritora Zeugma, precisamos de mais leituras assim!
Eita…. Não imaginei tamanho impacto. O figada por duas palavras. Deus te abençoe,