Em audiência pública na Câmara Legislativa do DF, sindicalistas impedem pronunciamentos e são convidados a se retirar do plenário.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal organizou ontem (25) audiência pública para debater o polêmico Projeto de Lei nº1/2015, que institui o programa Escola Sem Partido, que proíbe a doutrinação político-partidária e ideológica dentro das instituições de ensino. No entanto, o debate foi regado a bate-boca, gritaria e alguns integrantes do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) foram retirados das galerias do plenário da Casa.
“Não vou permitir que interrompam um debate democrático para impor suas opiniões. Todos terão oportunidade de se pronunciar. Venham aqui e façam suas inscrições”, afirmou a autora do projeto e mediadora da audiência, deputada Sandra Faraj (Solidariedade).
Apesar dos sucessivos apelos, os manifestantes se mostraram altamente insatisfeitos. Integrante da mesa principal da audiência, o diretor de Saúde do Sinpro, Manoel Alves, se levantou no meio do pronunciamento de um dos palestrantes e não quis entrar no debate. “Professores foram agredidos, por isso me retiro desse debate”, afirmou.
No site do Sinpro, os militantes alegam que foram agredidos pela segurança da Câmara Legislativa. O promotor de Justiça de Defesa de Direitos do Consumidor do Ministério Público do DF e Territórios, Trajano Melo, estava presente à audiência e lamentou a atitude do sindicato. “Não há nada mais democrático que o debate. Infelizmente, com a ausência do sindicato, perdemos o debate. O que vi aqui não é ditatura, como eles estão alegando. Na ditatura não há debate. E o que a deputada fez foi promover o debate”, afirmou.
Em nota, a deputada Sandra Faraj afirmou que “membros do sindicato atacaram verbalmente populares e seguranças. Pela conduta intempestiva e radical, o departamento de segurança da Câmara Legislativa solicitou a retirada daqueles que tumultuavam a sessão”.
O Imprensa Pública esteve presente à audiência pública. Apesar do tumulto e provocações que interrompiam a audiência a todo momento, NÃO houve qualquer manifestação que identificasse uma postura censuradora. Convidado oficial da audiência, o secretário de Educação, Júlio Gregório, não apareceu. Os deputados-professores Israel Batista (PV) e Reginaldo Veras (PDT) também não. Marcaram presença os distritais Wasny de Roure (PT) e Rodrigo Delmasso (PTN).
O IP também procurou as delegacias da região. Nenhum registro de lesão corporal ou agressão física foi registrado. Hoje pela manhã, conversamos com o coordenador substituto da Segurança, Washington Borges, responsável pela equipe que estava de plantão na ocasião, veja o vídeo: