Segundo presidente do sindicato, com falta de cruzamento de dados, contribuintes não foram informados de inconsistências
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) de Brasília, George Souza, afirmou nesta quarta-feira (20/9) que a diminuição de R$ 9 bilhões na arrecadação da Receita na comparação entre março de 2021 e o mesmo mês deste ano foi resultado da greve dos auditores.
Segundo o Sindifisco, com a paralisação, a Coordenação Especial de Maiores Contribuintes (COMAC), setor da Receita que cruza dados antes de abrir uma fiscalização, não informou aos cidadãos as possíveis inconsistências.
“Sem o devido monitoramento, os contribuintes seguem sem o olhar da Receita para lhe corrigir eventuais divergências com a legislação tributária. Isso significa que o Estado deixou de arrecadar, em um único mês, mais de sete vezes o valor que o governo cortou do orçamento da Receita Federal para o ano de 2022.”
Ele ressalta que esse aumento de arrecadação não implica aumento de carga tributária, “mas deve-se à eficiência do órgão, que tenta aperfeiçoar os sistemas informatizados”.
Os auditores pedem recomposição do orçamento, mais concursos públicos e reajustes salariais. A mobilização se intensificou em dezembro do ano passado, quando Jair Bolsonaro indicou que daria reajuste apenas para os policiais de carreiras federais.
Entre as atividades impactadas na Receita Federal estão as sessões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e operações nas fronteiras, alega o Sindifisco Nacional.