O setor de transportes ainda é um setor muito afetado pela pandemia, causando um aumento exponencial no preço das passagens
O setor de transportes foi e ainda é um setor muito afetado pela pandemia, o que causa um aumento exponencial no preço das passagens, situação que é agravada pelos impactos da guerra na Ucrânia, como o aumento do preço dos combustíveis. As empresas do setor destacam a necessidade de medidas urgentes para reparar as perdas financeiras.
De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros (Anatrip), o setor de transporte rodoviário vendeu, em 2019, cerca de 17 milhões de bilhetes do serviço convencional, número que caiu para 9 milhões em 2020.
Já em 2021, houve uma leve recuperação na venda dos bilhetes do serviço convencional. Foram vendidos cerca de 14 milhões de bilhetes, mas esse quantitativo foi insuficiente para repor as perdas financeiras, dado ao fato de que antes da pandemia as empresas de transporte rodoviário interestadual de passageiros já estavam em crise.
Gabriel Oliveira, assessor jurídico da Anatrip, explica que o setor teve de aumentar os preços, mas que a variação, ainda assim, foi menor que nas passagens aéreas.
“O baixo aumento deve-se à concorrência, muito maior nos transportes rodoviários, de mais de 230 empresas, fazendo com que os empresários segurem os preços, podendo causar prejuízos”, explica Gabriel.
A associação analisa que o aumento foi maior na região Norte, historicamente conhecida pela maior alta dos combustíveis, em comparação com a média nacional. “O trecho de Mato Grosso/MT até Rondônia/RR teve uma variação entre 42,37% e 44,16%, entre 2019 e março de 2022. Ou seja, Rondônia foi um dos estados que mais teve variação nos preços”, aponta o assessor jurídico da Anatrip.
O setor ainda reivindica contenção no aumento de preços dos combustíveis pelo governo federal: “Os direitos de ir e vir e do uso de transporte são barrados pela falta de políticas institucionais que contenham a alta no preço dos combustíveis”.