Ao todo, são quatro investigados, entre eles um dono de oficina. Policiais civis cumprem 12 mandados de busca e apreensão em Brasília e Goiás; G1 aguarda posicionamento do Departamento de Trânsito.
Três servidores do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) foram presos temporariamente, nesta terça-feira (4), durante operação que investiga superfaturamento no contrato para manutenção de veículos do órgão. Um quarto envolvido, dono de oficina mecânica, também está entre os detidos.
Os investigadores ainda cumprem 12 mandados de busca e apreensão em Brasília e em Formosa (GO). As fraudes, segundo a operação, ocorrem desde 2018.
A suspeita é de que servidores da autarquia e proprietários de oficinas mecânicas contratadas façam parte de uma organização criminosa. A fraude, segundo a investigação, consistia em usar de cotação de preços com valores muito acima dos praticados no mercado.
Por exemplo, houve cobrança de peças não trocadas e de serviços não realizados, contando com participação de representantes de oficinas mecânicas. Os servidores do órgão estariam atestando a conformidade e autorizando pagamentos.
Em um dos casos, segundo os investigadores, o preço cobrado foi 1.400% maior do que o usual. A investigação teve início após o Detran-DF detectar as irregularidades e comunicar a Polícia Civil.
A ação, batizada de Recall, é conduzida pela Delegacia de Repressão à Corrupção e pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep), do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).
Perícia
O Instituto de Criminalística da Polícia Civil identificou que a maior parte das peças pagas não haviam sido trocadas. Além disso, itens que que não existem em alguns veículos foram incluídos nos orçamentos.
Os peritos também identificaram peças em avançado estado de desgaste, “o que traz evidente risco aos servidores que utilizam aquelas viaturas em suas atividades cotidianas”.
O grupo investigado, caso acusado, pode responder por organização criminosa, peculato e corrupção. Somadas, as penas podem chegar a 25 anos de prisão.