Tatiana Matsunaga, de 40 anos, está internada desde 25 de agosto. Motorista que a atingiu, advogado Paulo Ricardo Milhomem, se tornou réu na Justiça por tentativa de homicídio qualificado.
A servidora Tatiana Matsunaga, de 40 anos, abriu os olhos pela primeira vez desde que foi atropelada após uma briga de trânsito, no Lago Sul, no Distrito Federal, em 25 de agosto. A informação foi confirmada pelo pai dela, Luiz Sérgio Machado. Ele afirma que a filha “está melhor”, mas a situação ainda é difícil.
“Ela agora está deitada, está tranquila, está respirando de forma tranquila, e está tomando ainda medicação, antibiótico, um monte de coisa. Mas está melhor, e hoje, quando nós descemos agora, ela estava com o olho aberto, os dois olhos abertos. Dá vontade de falar: ‘Agora fala, bota o dedo na frente’, para ela seguir, mas ela não está nesse estágio ainda, infelizmente”, afirma.
Nesta quinta-feira (9), o motorista que a atropelou, o advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem, se tornou réu na Justiça por tentativa de homicídio qualificado. Ele está preso preventivamente. Desde o dia do crime, alegou que não tinha intenção de atropelar a vítima e que se sentiu ameaçado (veja mais abaixo).
Expectativa da família
Luiz Sérgio afirma que a família ainda está muito abalada com a situação. “Nós estamos todos – não vou usar destruídos. Nós estamos fora de centro. Eu não gosto de comparar, mas não era uma pessoa que estava doente, que vai ser internada e fazer um tratamento.”
“Em um estalo de tempo, um homicida foi para cima da minha filha e deu um tiro com o carro dele”, diz o pai.
Desde o dia em que foi atropelada, Tatiana passou por cirurgias no cérebro, na cabeça e por uma traqueostomia. Também teve um pino inserido em uma das pernas e, no futuro, os médicos terão que reconstruir os ligamentos dela.
Processo na Justiça
Advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem atropelou mulher em briga de trânsito no DF — Foto: Reprodução/CNA-OABhttps://86f895acfeb3c391971ccfdb2a7b874f.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Na terça-feira (7), o Ministério Público denunciou o advogado Paulo Ricardo Milhomem pelo atropelamento. Segundo a promotora Yara Velozo Teixeira, o crime ocorreu com as seguintes qualificadoras:
- Motivo fútil, porque foi praticado “em razão de uma discussão banal de trânsito”;
- Uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, porque ela “estava manuseando seu celular, quando foi surpreendida pela reação inesperada do acusado, que acelerou o veículo e o lançou contra a ofendida, vindo a atropelá-la e em seguida passar com o carro por cima da mesma”.
Ao aceitar a denúncia, o juiz Frederico Ernesto Maciel entendeu que as provas apresentadas pelos promotores, em especial o vídeo no dia do atropelamento, “possuem elementos suficientes da materialidade para garantir o exercício da ampla defesa e do contraditório pelo réu”. (Com G1 DF)