A escolha teve o aval do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL)
O superintendente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Valeixo, será o próximo diretor-geral da Polícia Federal (PF). O delegado da corporação foi indicado pelo futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. A escolha teve o aval do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). O futuro chefe da PF sucederá Rogério Galloro na função. Além dele, Érika Marena foi escolhida para assumir o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do ministério da Justiça. Atualmente, ela é a superintendente da PF no Sergipe.
Ambos atuarão diretamente com o futuro ministro no atual período de transição antes de assumirem os postos designados em 2019. Conforme Moro havia sinalizado anteriormente, são profissionais do alto escalão da PF que trabalharam na Operação Lava-Jato. Quando era o juiz responsável pelos processos da operação na primeira instância, Moro trabalhou com os dois delegados. “Como adiantei há um tempo, sempre afirmei que seria um tolo se não aproveitasse pessoas que trabalharam comigo, especialmente no âmbito da Operação Lava-Jato. São pessoas que já provaram tanto sua integridade, como sua eficácia”, destacou.
A escolha por Valeixo, garante Moro, é pelo convívio e afinidade com o trabalho exercido pelo atual superintendente da PF no Paraná. A missão dele será fortalecer a PF para que a corporação possa, sobretudo, direcionar as investigações com foco em corrupção e crime organizado, explicou Moro. “É um grande desafio. São dois problemas sérios que temos hoje em dia, mas é uma pessoa plenamente capacitada para realizar essa tarefa”, disse.
A opção por Valeixo não significa um desprestígio de Galloro. O juiz exonerado garantiu que pretende convidar o atual diretor-geral da PF para exercer algum cargo na pasta que chefiará. “Agradeci os serviços prestados e pretendo convidá-lo a ajudar em alguma função no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Não sai por demérito algum”, afirmou.
O nome de Marena para compor a equipe ministerial segue o critério profissional e de experiência adotado por Moro. O futuro ministro a considera a maior especialista em cooperação jurídica internacional. Ela terá como objetivo fortalecer as interlocuções com os órgãos de segurança pública no mundo e fortalecer a área estratégica do DRCI. “Vimos não só na Operação Lava-Jato, mas em outros casos como é comum a lavagem de dinheiro utilizando países no exterior. Essa, então, é uma área estratégica que pretendo fortalecer”, justificou.
Outros nomes ligados à Lava-Jato não estão descartados e poderão compor a equipe de transição de Moro e algum cargo no futuro governo, como o delegado Márcio Anselmo, delegado responsável pela investigação originária da Lava-Jato. “É um nome de profunda qualidade. Atualmente, trabalha em posição estratégica dentro da PF e é possível, mas não tem nada definido. De fato, existem muitas pessoas de qualidade que, circunstancialmente, passaram no âmbito da Lava-Jato e foi uma das razões do relativo sucesso da operação. Todas essas pessoas estão, de certa maneira, no radar”, destacou Moro.