Um suposto caso de sequestro envolvendo um bebê de seis meses teve uma reviravolta surpreendente. O caso, que começou a ser apurado pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), poderá ser enviado à corporação do Distrito Federal após a criança ter sido localizada em Ceilândia, na tarde de quarta-feira (18/11).
Até o momento, o menino, que está sob a guarda do Conselho Tutelar de Valparaíso, no Entorno do DF, tem “duas mães”: uma biológica e outra que consta na certidão de nascimento.
De acordo com a ocorrência registrada na 1ª Delegacia de Valparaíso por uma auxiliar de enfermagem da Secretaria de Saúde do município goiano, sua filha havia sido sequestrada pela própria babá. A mulher teria pegado a criança e fugido para a casa de parentes, no setor P Sul, em Ceilândia.
Com essas informações, os policiais deram início a investigação e localizaram o endereço da suposta sequestradora. A babá não estava no local, mas alguns parentes revelaram seu paradeiro.
Entre as informações repassadas aos policiais, estava fato de a mulher ter dado à luz há seis meses. “Era a mesma idade da suposta filha da auxiliar de enfermagem que se dizia mãe da criança. Tivemos uma surpresa muito grande quando vimos algumas fotos da babá com a filha dela. Tratava-se da mesma criança. No entanto, quem figurava como a mãe da menina na certidão de nascimento era a funcionária pública”, explicou o delegado da 1ª DP, João Carlos Freitas Júnior.
Adoção clandestina
Intrigados, os investigadores aprofundaram as apurações. A menina teria nascido no Hospital Regional do Gama, mas foi registrada em Valparaíso. “A auxiliar de enfermagem chegou a contar que a babá teria levado a identidade dela para dar à luz no HRG. No entanto, uma delas é branca e a outra é negra. O que estamos apurando é a possiblidade de ter havido uma adoção clandestina”, ressaltou o delegado.
A polícia suspeita que após seis meses, a mãe biológica da criança possa ter se arrependido e a pegado de volta, sem o consentimento da auxiliar de enfermagem. Até que as investigações sejam encerradas e o destino da criança tenha uma definição, o Poder Judiciário determinou que o bebê fique sob a tutela do Conselho Tutelar de Valparaíso.