A Câmara Alta do Parlamento russo aceitou nesta quarta-feira (25) quase por unanimidade a suspensão, a pedido do presidente Vladimir Putin, da autorização aprovada em março para uma intervenção militar na Ucrânia.
Apenas um senador votou contra e 153 aprovaram a decisão do presidente, que segundo o Kremlin pretende ajudar a “normalizar” a situação na Ucrânia.
A decisão tem efeito imediato.
Ao apresentar o projeto de resolução, o presidente do Comitê de Defesa e Segurança do Senado, Viktor Ozerov, destacou que a Rússia se reserva ao direito de supervisionar a situação na Ucrânia.
“Consideramos que a Constituição e as leis federais concedem ao presidente da Rússia funções suficientes para influenciar na situação na Ucrânia”, acrescentou.
Em qualquer caso, Ozerov ressaltou que se Putin necessitar para isso “contramedidas de caráter militar”, o Comitê de Defesa e Segurança do Senado estará pronto para estudá-las.
“Espero que não seja necessário”, acrescentou.
Segundo a Constituição da Rússia, o chefe do Estado necessita da autorização do Senado para o emprego das Forças Armadas fora das fronteiras do país.
Trégua
A solicitação de Putin coincide com a trégua estipulada no final da noite desta segunda-feira (24) entre as autoridades ucranianas e os rebeldes pró-russos, assim como com a advertência da União Europeia sobre novas sanções (econômicas), caso Moscou não contribuísse com o plano de paz para as regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk.
A trégua, estipulada até às 10h locais de sexta-feira (27), foi alcançada nas primeiras conversas entre representantes de Kiev e os líderes da sublevação pró-russa desde que explodiram os confrontos armados há quase dois meses.
A permissão para o envio das tropas foi aprovado uma semana depois da derrocada do presidente ucraniano Viktor Yanukovich e às vésperas da anexação da península da Crimeia pela Rússia
Nesta segunda, em conversa por telefone, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que Putin apoie a paz na Ucrânia e o alertou sobre mais sanções caso a Rússia não tome atitudes para reduzir as tensões com o país vizinho.
Fonte: G1