Ministro da Educação deve comparecer ao colegiado na próxima quinta-feira (31/3) para falar sobre gravações que envolvem pastores e prefeito
Isac Nóbrega/PR
A Comissão de Educação do Senado Federal aprovou, nesta quinta-feira (24/3), o convite do ministro da Educação, Milton Ribeiropara explicar o suposto favorecimento a pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele deve comparecer ao colegiado na quinta-feira da semana que vem (31/3).
O colegiado também aprovou convites aos pastores beneficiados Gilmar Santos e Arilton Moura e o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte, e o prefeito de Luis Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB). Neste caso, as datas não foram definidas, mas será posterior a oitiva do ministro.
Pressionado, Ribeiro telefonou ao senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente do colegiado, colocando-se à disposição para esclarecimentos sobre as gravações. O senador disse que também recebeu na manhã desta quinta-feira um ofício do ministro reiterando a disposição de comparecer.
Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, e Jean Paul Prates (PT-RN), líder da minoria, apresentaram requerimentos de convocação, mas aceitaram converter em convite por ele ter se colocado à disposição. Randolfe também apresentou um pedido de impeachment do ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).
A pedido do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), a oitiva que seria na terça-feira (29/3) passou para quinta-feira.
Em áudios sobre o papel de pastores na destinação de verbas da pasta, revelados pela Folha de S.Paulo, Ribeiro confirma o direcionamento e afirma que faz isso a pedido do presidente Bolsonaro. Os pastores beneficiados não têm cargo e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do Ministério da Educação.
“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirma o ministro na conversa em que participaram prefeitos e os dois religiosos. Os recursos são geridos pelo FNDE, órgão do MEC controlado por políticos do Centrão.