Um bombeiro do Distrito Federal diz que médico que negou atendimento imediato a uma paciente desmaiada no Hospital do Gama também se recusou a prestar socorro a outra mulher.
Após ver as imagens veiculadas pela imprensa, o bombeiro afirma que reconheceu que o médico é o mesmo profissional que, em abril deste ano, se negou a atender uma paciente socorrida pelo Corpo de Bombeiros.
“Eu entrei no consultório dele, cheguei e expliquei que estava com uma paciente psiquiátrica, se ele poderia dar uma olhada, dar um atendimento. Ele estava com uma pilha de fichas de atendimento na mesa e sequer olhou para minha cara e falou: ‘Eu vou te atender depois que eu atender esse tanto de pacientes aqui, depois que eu atender todas essas fichas'”, conta o bombeiro, que prefere não ser identificado.
O bombeiro ficou surpreso com a atitude do médico. “Ele foi ríspido e com uma certa ignorância. Ele realmente me ignorou totalmente. A gente tenta fazer a nossa parte, mas, quando chega do hospital para dentro, não cabe mais a nós, a gente fica realmente triste e até revoltado com certas atitudes. É triste.”
O médico, que é clínico geral no Hospital do Gama, segundo a instituição informou que ele entrou de férias no dia 17.
Em casos como esse, a recusa do médico em atender o paciente na hora em que ele dá entrada no hospital, além da espera do paciente, causa mais um problema: os bombeiros e a ambulância que eles utilizam ficam indisponíveis para outras pessoas que precisarem, pois eles só podem deixar o paciente quando o médico iniciar o atendimento.
“O protocolo de urgência e emergência determina que todos os pacientes transportados pelo Corpo de Bombeiros ou pelo Samu têm prioridade de atendimento, ainda mais na situação em que a paciente estava, contida, ela estava agressiva e agitada”, fala o bombeiro.
O secretário-adjunto de Saúde, Elias Miziara, disse que o médico que aparece nas imagens, ignorando a mulher desmaiada, está de férias, mas ele pode ter de dar explicações.
“Aquilo é um absurdo. Havendo um paciente, seja ele quem for, passando mal, o médico tem de prestar atenção a ele, a não ser que haja um fator impeditivo de força maior. E é isso que caberá então ao servidor provar, se teve ou não esse fato de força maior”, fala o secretário-adjunto.