terça-feira, 01/07/25
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Saúde do DF monitora casos de síndrome associada à Covid-19 em crianças e adolescentes

 

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) monitora casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica. A doença tem acometido crianças e adolescentes de 0 a 16 anos e está possivelmente associada ao novo coronavírus.

Segundo a pasta, os pacientes desenvolvem uma “resposta inflamatória sistêmica significativa”, que se manifesta após diagnóstico da Covid-19 ou contato próximo com caso confirmado da doença. Entre os principais sintomas estão:

  • Febre alta, acima dos trinta e oito graus, e persistente
  • Manchas e irritações na pele
  • Conjuntivite
  • Inchaços nas mãos e nos pés
  • Diarreia, vômito ou dor abdominal

No início do mês, a pasta enviou uma nota técnica a todos os hospitais públicos e privados da capital determinando a notificação obrigatória de casos suspeitos da síndrome. Apesar dos indícios, a relação com a Covid-19 ainda não foi confirmada e permanece em investigação.

A SES-DF afirma que, entre 29 de julho e 11 de agosto, pelo menos quatro crianças, de 2 meses a 12 anos de idade, foram internadas na capital por conta da doença: duas moradoras do DF e duas que vivem em outros estados mas procuraram atendimento em Brasília. Todas receberam alta hospitalar.

“Por ser uma doença nova, com poucos estudos clínicos no país e no mundo, não é possível ainda saber o aspecto clínico completo dessa enfermidade. Então é importante que os profissionais de saúde se atentem aos principais sintomas e notifiquem imediatamente para que a investigação epidemiológica possa ocorrer o mais precoce possível”, afirma a gerente de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis da SES-DF, Renata Brandão.

Até quinta-feira (13), o Ministério da Saúde havia confirmado 71 casos da síndrome no país, com três mortes.

Bebê de 9 meses

Murilo Martins teve Covid-19 e depois Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica — Foto: TV Globo/Reprodução

 

Um dos acometidos pela síndrome foi o filho da médica Marina Barbosa. A criança, de nove meses, teve a síndrome no mês passado.

Segundo a médica, no final do mês de junho, ela e o marido tiveram os sintomas da Covid-19 e testaram positivo para o vírus. Os dois ficaram em casa, isolados.

Mas, em poucos dias, Murilo, o filho do casal, também apresentou sintomas. “A gente já falou logo com a pediatra dele e, na mesma hora, ela disse que era sugestivo para a Covid”, disse Marina.

Os três se recuperaram, mas, um mês depois, o filho apresentou manchas vermelhas na pele e uma febre leve. “Achamos que pudesse ser uma alergia. Como eu e meu marido somos médicos, tratamos como uma alergia mesmo”, lembra.

Mas, no dia seguinte, o bebê acordou com os pés e as mãos inchados, além de continuar com febre. Os pais procuraram novamente a pediatra, que foi quem desconfiou da síndrome.

“A pediatra sugeriu a síndrome por ter aparecido quatro semanas depois da doença, e pelos pés e mãos inchados”, conta a mãe de Murilo.

Murilo foi internado na UTI de um hospital particular. “Ele fez uma bateria de exames, e tudo deu alterado. No dia seguinte, teve uma melhora, e em 48 horas, as manchas passaram. Ele teve alta e foi pra casa em 4 dias”, afirma.

Os exames mais recentes mostraram melhora nas taxas, mas o bebê continua em tratamento. “Com esses casos acontecendo agora, os pediatras já estão mais alertas. E todos foram muito sinceros dizendo que é tudo muito novo e que eles também estão aprendendo com esses casos”, conta Marina.

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