Governador contabiliza 12 votos favoráveis à proposta, um a menos do que o preciso, e tem pouca margem para conseguir aprovar o PLC nº 122
A artilharia pesada voltada contra o PDT, o troca-troca de cargos e a pressão sobre a base ainda não foram suficientes para Rodrigo Rollemberg (PSB) reunir os votos necessários para aprovar a reforma da previdência elaborada pelo GDF. Nesta terça-feira (12/9), governistas passaram o dia com papel e caneta na mão: até agora, o Palácio do Buriti conta com apenas 12 dos 13 votos exigidos para que o PLC n° 122/2017 seja aprovado.
Outro entrave é que, por força de decisão judicial, a Câmara Legislativa está impedida de votar o projeto feito pelo governo. O Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) deferiu liminar impetrada pelos petistas Wasny de Roure e Ricardo Vale, que reclamam de o processo legislativo não ter sido respeitado. A CLDF e o GDF recorreram, respectivamente, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Superior Tribunal Federal (STF) e aguardam julgamento.
Por ora, o único projeto que pode ser analisado é o substitutivo apresentado pelos distritais — um texto muito diferente da proposta feita pelo Buriti. Mas Rollemberg acredita que conseguirá liberar o PLC n° 122/2017 até a próxima terça-feira (19), data marcada pelo Colégio de Líderes para votação em plenário das duas propostas: tanto a palaciana quanto a dos distritais.
Hoje, Rollemberg corre atrás de um 13º parlamentar para assegurar a vitória na CLDF. Ele já contabiliza os votos de Agaciel Maia (PR), Rodrigo Delmasso (Podemos), Luzia de Paula (PSB), Lira (PHS), Julio Cesar (PRB), Telma Rufino (Pros), Cristiano Araújo (PSD), Rafael Prudente (PMDB), Chico Leite (Rede), Juarezão (PSB), Israel Batista (PV) e Bispo Renato (PR).
O GDF tenta convencer Robério Negreiros (PSDB), mas o tucano disse, na tarde desta terça (12), que não deve votar com o governo. “Com esse aí eu não voto. Já disse isso publicamente. Estou esperando a conclusão do substitutivo”, disse Robério.
Sem Robério, Rollemberg fica com poucas alternativas. Dos 24 distritais, metade votará com o governador. Dos 12 restantes, 10 declararam oposição e não vão acompanhar a proposta do socialista. Sobram Sandra Faraj (SD), em licença-maternidade; e Liliane Roriz (PTB), afastada para cuidar do pai, o ex-governador Joaquim Roriz.
Por meio de sua assessoria, Liliane disse ao Metrópoles que deve ir à Câmara na semana que vem para votar a matéria, mas ainda não fechou questão sobre o assunto.
Retaliações
Tanto Liliane quanto Robério têm indicações na estrutura do GDF e Rollemberg pode repetir as retaliações feitas ao PDT durante esta semana. O partido, por exemplo, perdeu cargos que foram passados a aliados de Bispo Renato (PR).
Outro que está sendo observado de perto é Israel Batista (PV). O parlamentar foi contra matérias consideradas importantes para o Executivo, como o Instituto Hospital de Base e o aumento nas passagens de ônibus. Entretanto, votou em todas as comissões por onde passou o PLC nº 122/2017 favorável à proposta.
No entanto, a resistência dos servidores da educação — base eleitoral dele — amedronta o parlamentar, que tem ido às regiões administrativas explicar seu ponto de vista sobre o projeto e ouvir posições.
Fonte: Metropóles