O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) conversou, nesta segunda-feira (23/11), sobre as alianças que a esquerda está fazendo durante o 2º turno das eleições municipais de 2020. Em entrevista ao programa Passando a Limpo da Rádio Jornal Pernambuco, Ciro falou também sobre o encontro que teve com o ex-presidente Lula.
“Nós conversamos depois de quase dois anos de desentendimento profundo. Não superamos o desentendimento, mas restauramos o diálogo. Ele me convidou para conversar, e eu acho que política a gente faz conversando, dialogando, mesmo que eu tenha entrado com as mesmas ideias e saído com as mesmas convicções, e ele certamente entrou com as mesmas convicções que saiu”, disse.
O ex-ministro ressaltou que resolveu tratar as diferenças com o ex-presidente de forma “franca, aberta e sincera, pensando na questão do Brasil”. Ciro ainda fez questão de ressaltar que o desentendimento com Lula não é pessoal, e sim por decisões políticas tomadas pelo petista.
“Eu acho apenas que o Lula, com a imprudência dele, quando impôs a Dilma, para continuar mandando, e a Dilma sem nenhuma experiência, se agarra com a economia mais atrasada, a corrupção generalizada que, infelizmente, não dá pra ser escondida. O Palocci era braço direito do Lula. Isso daí criou as condições no Brasil para o povo brasileiro, por desespero, por raiva, por frustração, e eu compreendo com a minha alma, votar neste absurdo que está se revelando ser o Bolsonaro”, completou.
Questionado sobre a possibilidade de se eleger como candidato à presidência tendo Lula como vice, Ciro respondeu: “Isso não existe. O Lula é grande demais. Ele devia, se tivesse um pouquinho de grandeza e até em respeito a si próprio, guardar o lugar justo que ele teve na história. Um presidente que fez muita coisa pelo povo naquele momento, mas que errou profundamente na política.”
Guilherme Boulos
O ex-ministro comentou sobre o apoio de diversos partidos, inclusive o dele, à candidatura de Guilherme Boulos à prefeitura de São Paulo.
“Ontem saiu no jornal que ‘o Boulos conseguiu unir toda a esquerda e a centro-esquerda do Brasil’. Isso não é verdade. Quem conseguiu unir todos foi o Doria. O Doria é um governador tão desastrado, tão reacionário, e antipovo, antinacional, todo comprometido com essa agenda que está serrando com a vida do nosso povo mais pobre e com a classe média”, destacou.