Valor da bandeirada passa de R$ 4,51 para R$ 5,24, aumento de 16%. Hora parada vai de R$ 27,29 para R$ 31,72; último reajuste foi em 2014.
Começou a valer hoje o reajuste de 16,23% nas tarifas de táxis do Distrito Federal. O decreto que reajusta as tarifas foi publicado nesta quinta-feira (17) no Diário Oficial do DF. O valor da bandeirada, contada a partir da entrada do passageiro no veículo, passa de R$ 4,51 para R$ 5,24.
O quilômetro percorrido para bandeira I passa de R$ 2,45 para R$ 2,85, e a bandeira II, de R$ 3,15 para R$ 3,66. O valor da hora parada teve reajuste de R$ 27,29 para R$ 31,72.
De acordo com o secretário de Mobilidade, Marcos Dantas, o índice de reajuste foi calculado levando em conta indicadores econômicos como IGP-M, INPC e IPC-A.
Em audiência realizada na semana passada, os taxistas reclamaram das condições de trabalho, da falta de fiscalização em relação a serviços como o Uber e da restrição das condições de bandeira 2, em vigor desde agosto do ano passado.
“Se alguém trabalha de madrugada, ganha hora extra. A gente não tem isso, a gente precisa da bandeira 2 para pagar nossas contas”, disse o taxista Vicente Pereira, que atua no setor há 51 anos.
Em agosto, o Tribunal de Justiça declarou inconstitucional a cobrança da tarifa mais alta em corridas com origem ou destino no Aeroporto Juscelino Kubitschek, naquelas feitas nos meses de dezembro ou em áreas sinalizadas por placas, independentemente do horário.
Uber
O representante do Sindicato dos Taxistas Locatários, Sandro Heleno Pereira, questionou na audiência pública a falta de fiscalização em serviços como o Uber. “Já são quase 3 mil carros do UberX, quase o mesmo número de táxis. Temos uma frota de táxi legalizada e temos uma frota de táxi pirata. Nós somos fiscalizados, e eles, não.”
O presidente da Associação dos Taxistas, José Araújo, também comparou as regras para os dois serviços. “Não adianta colocar concessões se só nós formos fiscalizados. Novas concessões são bem vindas, contanto que haja fiscalização dos piratas.”
A atuação no Aeroporto JK foi outro ponto questionado. Os motoristas pedem exclusividade no uso dos pontos de táxi do terminal que, segundo eles, foram “invadidos” por serviços como o Uber e similares. Durante o debate, Dantas afirmou que “vai lutar” pela garantia dessa pauta.
A Câmara Legislativa do DF analisa um projeto do Palácio do Buriti para regulamentar o funcionamento de serviços de transporte executivo, como o Uber. Não há previsão de quando o texto será levado a plenário.