Aprovação caiu 6 pontos percentuais e está em 35% entre os evangélicos. O levantamento ouviu eleitores de 120 municípios, entre 25 e 27 de fevereiro. A margem de erro neste recorte é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.
Lula em encontro com evangélicos, em São Paulo, durante campanha presidencial — Foto: ANDRé RIBEIRO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Por Gustavo Petró, Wesley Bischoff, g1 — São Paulo
Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (6) indica que, entre os evangélicos, o índice de desaprovaçãodo trabalho de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é de 62%. Enquanto isso, 35% dos entrevistados deste público aprovam o trabalho que o presidente está fazendo.
O levantamento ouviu eleitores de 120 municípios, entre os dias 25 e 27 de fevereiro, e foi encomendado pela Genial Investimentos. A margem de erro neste recorte é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.
A desaprovação do trabalho de Lula entre os evangélicos vem crescendo desde outubro do ano passado, atingindo o maior patamar desde que foi realizada a primeira pesquisa Quaest sobre o atual governo, em fevereiro de 2023.
Em relação ao levantamento anterior, divulgado em dezembro de 2023, a desaprovação entre os evangélicos cresceu 6 pontos percentuais, passando de 56% para 62%. Já a aprovação caiu 6 pontos percentuais, indo de 41% para 35%.
Aprovação, entre os evangélicos, do trabalho que o presidente Lula está fazendo
- Desaprova: 62%
- Aprova: 35%
- Não sabem ou não responderam:3%
A avaliação geral do governo também piorou entre os evangélicos, na comparação com o levantamento anterior. Em dezembro, 36% dos entrevistados avaliaram o governo de forma negativa. Agora, esse índice está em 48%.
Para Felipe Nunes, diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria, um dos fatores que pode ter influenciado no aumento da avaliação negativa de Lula entre os evangélicos é a fala que o presidente teve sobre o conflito entre Israel e o Hamas.
No dia 18 de fevereiro, durante uma entrevista coletiva na Etiópia, o presidente comparou a resposta de Israel em Gaza à ação de Hitler contra judeus.
A fala repercutiu de forma negativa entre lideranças evangélicas que apoiam Israel. A Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, por exemplo, emitiu uma nota de repúdio.
“Os dados mostram que os evangélicos foram os que mais rejeitaram a comparação feita por Lula entre o que se passa em Gaza e o que aconteceu na Segunda Guerra. Não deve ser por acaso que a rejeição ao governo cresceu mais entre os evangélicos nos últimos meses”, afirma Nunes.
Evangélicos se sentem menos cuidados
Outros dados da pesquisa apontam uma piora em relação à avaliação de Lula entre os evangélicos. Para 47%, por exemplo, o governo está indo pior do que se esperava. Esse número era de 30% em fevereiro de 2023.
Além disso, 56% dos entrevistados acreditam que o governo de Lula está sendo pior do que o de Jair Bolsonaro, enquanto 31% dizem que a atual gestão é melhor.
A Quaest também fez a seguinte pergunta aos entrevistados: “O governo Lula se preocupa com pessoas como você?”. O dado geral apontou um empate entre sim e não, com 48% para cada.
Segundo a pesquisa, o grupo evangélico é o que apresentou o menor índice, com 36% deste público acreditando que o governo se preocupa com pessoas como eles. Veja a comparação na lista a seguir:
- Nordeste: 67%
- Até 2 sálarios mínimos: 59%
- Pretos: 57%
- Católicos: 56%
- Feminino: 52%
- Pardos: 51%
- Masculino: 48%
- Centro-Oeste/Norte: 47%
- Mais de 5 salários mínimos: 46%
- Sudeste: 44%
- Entre 2 e 5 salários mínimos: 44%
- Brancos: 44%
- Sul: 39%
- Evangélicos: 36%