Bruno Araújo foi recebido pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que coordena a transição de governo. Governador reeleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também esteve no encontro.
Por Pedro Henrique Gomes, g1 — Brasíia
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, afirmou nesta quarta-feira (9) que o partido não fará parte do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas que está comprometido com a “governabilidade” e “estabilidade” do país.
Araújo se reuniu com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), no hotel em que o coordenador-geral da transição de governo está hospedado — Alckmin foi filiado ao PSDB por 33 anos e é ex-presidente da sigla.
“[Foi] Uma conversa sobre o Brasil, sobre o que os estados brasileiros vivem nesse momento e afirmando que nós teríamos uma relação com o partido comprometida com a estabilidade e com a governabilidade do país. O PSDB não ocupará cargos na administração do presidente Lula, o PSDB não fará parte da base de apoio do PT ou do presidente Lula, mas o PSDB tem compromisso com o Brasil”, afirmou Araújo.
Segundo o presidente do PSDB, a tendência é que o partido vote a favor da possível proposta de emenda à Constituição (PEC) que deverá ser apresentada para garantir a parcela mínima do Auxílio Brasil em R$ 600. Segundo Araújo, o assunto é tratado pelos líderes da sigla no Senado Federal, Izalci Lucas (DF), e na Câmara dos Deputados, Adolfo Viana (BA).
“Até onde até onde eu apurei conversando com os líderes, há uma tendência no sentido de votar com a PEC, mas precisamos confirmar com as reuniões de banca. Lembrando que nós temos uma nova bancada que chega em fevereiro”, disse.
Governador do Rio Grande do Sul
O governador reeleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também esteve presentes na reunião com Alckmin. Ele afirmou que tem diferenças de pensamento com o governo eleito, mas que é preciso “garantir condições de governabilidade” ao mandato de Lula.
“É claro que a gente tem divergências do ponto de vista programático, ideológico, em pontos específicos que serão exercidos com absoluta responsabilidade nos posicionamentos do PSDB em relação ao novo governo, mas nunca exercendo de forma irresponsável ou sistemática uma oposição que traga prejuízos ao interesse nacional maior de fortalecer a nossa democracia”, disse Leite.
O governador afirmou que tratou com Alckmin das mudanças aprovadas pelo Congresso neste ano na cobrança do ICMS sobre combustíveis, energia e outros produtos e serviços considerados essenciais. Segundo Leite, as mudanças geraram perda de arrecadação.
“Não traz um prejuízo aos governos, aos governadores, traz prejuízo para a educação, para a saúde, para a segurança, para a pavimentação, para tudo que é sustentado pelos estados. Então, a gente tem que achar uma solução pra isso”, disse o governador.
Lula recebe governador e deputados
Enquanto Alckmin recebia ex-correligionários, o presidente eleito recebeu a visita do governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB). Na saída do encontro, o governador afirmou que tratou com Lula da pauta do meio ambiente e da ida do presidente à COP27.
“Tivemos a oportunidade de alinhar a ida dele à COP27 no intuito de garantir protagonismo ao Brasil. Discutir e reafirmar os compromissos das reduções das emissões de gases de efeito estufa, mas também assegurar o chamamento as nações que possam monetizar a floresta em pé ,garantir serviço ambientais remunerados, garantir a empregos verdes, fazer com que a a oportunidade do desenvolvimento sustentável social seja a orientação e a diretriz defendida pelo Brasil”, afirmou.
O governador afirmou também que disse a Lula que é importante que a equipe de transição que cuidará dos temas da Amazônia precisa ter representantes da ciência e também das comunidades que vivem na região.
Após receber Helder, Lula também se reuniu com um grupo de deputados jovens. Segundo a deputada eleita Dandara Tonantzin (PT-MG), o grupo apresentou ao presidente um conjunto de ações e medidas que consideram necessárias para atender todos os grupos que formam a população brasileira. A deputada eleita Camila Jara (PT-MS) declarou que, no documento entregue, o grupo também pede para participar dos trabalhos de transição de governo.