Governo fechou proposta após reuniões com deputado distrital e sindicalistas nesta segunda; professores ainda terão de aprovar em assembleia. Greve completou 22 dias nesta terça.

O governo do Distrito Federal apresentou uma proposta aos professores com a intenção de colocar um fim na greve que já dura quase um mês.
Entre as medidas, o GDF propõe um reajuste dos valores pagos por títulos (pós-graduação, mestrado e doutorado) e pagamento dos dias parados – o governador Ibaneis Rocha (MDB) havia ameaçado cortar o ponto.
A proposta foi feita nesta segunda-feira (23) em reunião entre representes do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) e membros do governo.
Entre as medidas apresentadas pelo GDF, estão (veja mais detalhes abaixo):
- nomeação de até 3 mil aprovados em concurso até dezembro de 2025;
- pagamento integral dos cortes de ponto via folha suplementar;
- nova tabela de titulação com percentuais dobrados.
A proposta será avaliada pela categoria nesta terça-feira (24), durante assembleias regionais. Na próxima quarta-feira (25), a classe se reúne em uma assembleia geral para definir se aceita a proposta ou se mantém a greve.
Para partes envolvidas na negociação, as conversas desta semana foram positivas e o cenário parece favorável para um acordo entre a classe e o governo.
Greve já dura 22 dias
A greve dos professores da rede pública do Distrito Federal foi iniciada em 2 de junho, com reivindicações por reajuste salarial, reestruturação da carreira e nomeação de aprovados em concurso público.
A proposta feita pelo GDF busca contemplar as principais reivindicações feitas pela classe. As negociações contam com a mediação do Tribunal de Justiça (TJDFT), o que prevê validade jurídica e responsabilização do GDF pelos acordos propostos.
A reportagem apurou ainda que ficou acordado que uma mesa de conciliação permanente seria estabelecida a fim de evitar futuros impasses.
O que diz a proposta feita pelo GDF:
- Nomeação de até 3 mil aprovados até dezembro de 2025;
- Prorrogação do concurso atual por mais dois anos (até julho de 2027);
- Novo concurso com edital previsto para o primeiro semestre de 2026;
- Nova tabela de titulação a partir de janeiro de 2026 (10% para especialização/MBA, 20% para mestrado e 30% para doutorado);
- Pagamento integral dos cortes de ponto via folha suplementar;
- Atualização de gratificações com os novos percentuais;
- Mesa de conciliação permanente.
Para os servidores da educação pública, a proposta feita pelo governo de Ibaneis Rocha mostra uma mudança de postura do governador, que chegou a dizer que cortaria o ponto dos professores grevistas para ver “quantos dias eles vão aguentar”.