O estudo é organizado pelo Instituto de Engenheiros, Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), ligado à UnB. A promessa é de melhorar a qualidade dos exames e diminuir as filas do setor público
Um projeto do Instituto de Engenheiros, Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), ligados à Universidade de Brasília (UnB), pretende aprimorar a qualidade dos exames de ressonância magnética, auxiliando os médicos a obterem relatórios mais precisos sobre o quadro dos pacientes. Segundo os organizadores, a intenção é que no futuro, os trabalhos possam ser destinados aos serviços públicos de saúde.
A pesquisa está sendo organizada por Felipe Tôrres, especialista em engenharia biomédica e engenharia eletrônica da UnB, e Cristiano Jacques Miosso, professor de engenharia da instituição federal, no campus do Gama. Ambos são membros do Instituto de Engenheiros, Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), uma organização mundial técnico-profissional sem fins lucrativos dedicada a impulsionar o avanço da tecnologia em projetos que possam ser benéficos para a humanidade.
De acordo com os organizadores, o projeto visa diminuir o tempo dos exames de ressonância magnética e melhorar a qualidade das imagens obtidas pelos profissionais da saúde, Para isso, são criados algoritmos que a partir de dados anteriores de pacientes, e com o uso de Inteligência Artificial (I.A), podem auxiliar os médicos a tratar os pacientes, diminuindo a demanda e o tempo de espera dos que precisam desse tipo de tratamento.
O professor afirma que a intenção dos engenheiros não é a de substituir o trabalho do profissional, mas sim de auxiliá-lo na obtenção de prognósticos a partir de maneiras modernas usando materiais tecnológicos computadorizados.
Segundo Cristiano, o projeto está no período final de pesquisa, e já possui resultados bastante promissores. A próxima etapa é conseguir formalizar parcerias com empresas de tecnologia, para que os algoritmos possam ser introduzidos na prática e assim, uma fase de testes mais aprofundada possa ser realizada. “O que a gente quer fazer neste ano, é publicar os nossos artigos e começar a implementar essa nova modalidade nos equipamentos”, explica o professor.
Filipe, que trabalha com o professor há 10 anos, acredita que o modelo pode ser ampliado para outros exames de imagem e de sinais biológicos como tomografia e eletroencefalograma, auxiliando diagnósticos mais precisos e reduzindo tempo e custo. “Estamos combinando algoritmos de estudos de máquinas com Inteligência Artificial para o processamento de dados de imagens e vídeos”, explica.
Com o surgimento da pandemia de covid-19, Torres analisa como a pesquisa pode ser utilizada para aumentar a taxa de eficácia dos tratamentos no setor público de saúde, através dos aprimoramentos tecnológicos: “O mundo aprendeu muito com esse problema atual e deve-se olhar mais para esse campo da ciência.”
O pesquisador afirma que deseja que no futuro os algoritmos formados pelos pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) possam estar presentes na rede pública de saúde do Distrito Federal. Para isso, investimentos futuros do Governo do Distrito Federal e do Ministério da Saúde devem ser introduzidos. “Graças a ajuda da tecnologia e a facilidade da realização desses exames, podemos ajudar a esvaziar o leito dos hospitais e trazer uma melhor qualidade de vida para a nossa população”, afirma Filipe Tôrres.