Maria José Rocha Lima
O Clube Soroptimista Internacional Brasilia Sudoeste concluiu mais um curso do Programa Gotas de Amor, desta vez na Creche Padre Cícero, em Taguatinga /DF.
A presidente do SI Brasília Sudoeste, Isabel Cristina, comemorou a certificação da comunidade da creche, lembrando que o Programa Gotas de Amor se associa a outras iniciativas sobre a importância da Primeira Infância, neste mês dedicado às crianças pequenas”.
A idealizadora do projeto, a médica e psicanalista Fátima Costa, destaca que a finalidade do programa é priorizar o papel da mulher–mãe. Visa tornar o exercício da maternidade mais objetivo e prático, acionando e expandindo recursos que fortalecem o vínculo entre mãe e filho.
O Programa Gotas de Amor se realiza a partir de uma série de orientações técnicas, de manejo do bebê e das crianças de 0 a 6 anos. Segundo a autora, “a mãe torna-se consciente e capacitada, percebendo que a maternidade não é um bicho de sete cabeças. Aplicando, semanalmente, o programa, as mães vão tendo despertado o amor latente que existe dentro delas”.
Em anos de pesquisa como pediatra, Fátima Costa descobriu que as mães sofrem uma imensa transformação.
A mãe torna-se consciente de práticas que muitas vezes realiza sem que perceba o amor latente, os afetos e emoções envolvidas. Para a autora, “o programa faz que esse amor latente que existe dentro dela, que era capaz de saltar uma poça d’água pelo filho, agora atravesse um oceano”.
Corroboro as teses defendidas pela pediatra e destaco que a educação começa no ventre e a democracia no colo da mãe.
Há sólidos argumentos que sustentam a importância de programas como o Gotas de Amor. São bases científicas e evidências já conhecidas pelos estudos do Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância, da Universidade de Harvard (2015).
Entendemos, como a pediatra Fátima Costa, que se essa relação mãe-bebê não for saudável, ou seja, se a mãe ou substituta não for suficientemente boa, teremos crianças com problemas. Há casos de falhas ambientes muito mais graves que podem ter como consequência diferentes quadros psicopatológicos, dentre esses a psicose.
Fátima ensinava em seu consultório como as mães deveriam ajustar a sua disponibilidade de tempo junto ao seu filho, dedicando-lhe cuidados maternos que o acalmariam. Agora, com o apoio da SI Brasília Sudoeste, ela dá cursos para as mães e profissionais que cuidam das crianças. E, no livro Mãe Prazer Intransferível, registrou todos os procedimentos que devem ser adotados dentro dos lares entre mãe e filho, para que a criança cresça segura, sentindo-se amada e de bem com a vida familiar e social.
MARIA JOSÉ ROCHA LIMA é mestre e doutoranda em educação. Foi deputada de 1991 a 1999. Presidente da Casa da Educação Anísio Teixeira. Psicanalista e dirigente da ABEPP. Membro da Organização Internacional Clube Soroptimista Internacional Brasilia Sudoeste e da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Psicanálise – ABEPP.