Ramon Santana Lopes Azevedo poderá estar no cemitério de Taguatinga entre 9h e 18h deste domingo
O ex-assessor da Secretaria de Saúde preso no âmbito da Operação Falso Negativo, Ramon Santana Lopes Azevedo, poderá acompanhar o enterro da mãe, Zuleide Santana Lopes, 51 anos, que morreu em um acidente de carro ocorrido na quinta-feira (30/12), no interior da Bahia, como mostrou a coluna Grande Angular. A decisão é da 4ª Vara Criminal de Brasília.
Ramon precisou pedir autorização, uma vez que se encontra em prisão domiciliar e com tornozeleira eletrônica, impedido de ficar a mais de 300 metros da própria casa. Uma vez que ficou comprovado o óbito e o parentesco, a juíza de plantão Camille Gonçalves Javarine Ferreira deu decisão favorável.
O velório de Zuleide está previsto para começar às 9h e o enterro deve acontecer às 18h deste domingo (3/1), no Cemitério de Taguatinga.
O acidente
Zuleide chegou a ser levada com vida para uma unidade de saúde de Formosa do Rio Preto, mas acabou transferida para Barreiras (BA) após o quadro clínico agravar. Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu.
Ela viajava acompanhada, com destino a Paraíba (PB), e entre os povoados de Malhadinha e Caraíbas, na BR-135, perdeu a direção do carro e bateu na lateral de um caminhão que seguia no sentido contrário. Com o impacto do acidente, o veículo parou na lateral da pista e a mulher teve um corte na cabeça e escoriações pelo corpo. O acompanhante também sofreu escoriações. O motorista do caminhão não se feriu.
Além de Ramon, Zuleide deixa outra filha. O pai do alvo da operação policial sofreu um acidente vascular cerebral em outubro e, atualmente, é cuidado pela irmã de Ramon.
Veja fotos do acidente:
Prisão
Ramon Azevedo foi detido em 25 de agosto e teve a liberdade condicional concedida pela Justiça no dia 16 de novembro. A decisão foi da juíza titular da 5ª Vara Criminal de Brasília, Ana Cláudia de Oliveira Costa Barreto.
O ex-assessor é investigado no âmbito da Operação Falso Negativo, que denunciou irregularidades na aquisição de insumos para o combate à Covid-19. De acordo com os autos, “quando o grupo criminoso possui questões mais delicadas a tratar, cabe a Ramon convocar os integrantes para reuniões pessoais com o [então] secretário de Saúde que, conforme deixam claro, não podem ser discutidas por telefone”.
Os investigadores também apontam a relação próxima do assessor com o então secretário de Saúde. “Ramon tem o controle dos interesses e das ‘encomendas’ do secretário de Saúde, tendo ainda a função de corrigir os erros e ‘limpar’ os rastros cometidos pela organização criminosa.”
Metrópoles*