sábado, 19/04/25

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Preocupações internas ofuscam otimismo com Biden e Ibovespa cai; dólar recua

O presidente eleito Joe Biden discursa antes da partida para WashingtonO presidente eleito Joe Biden discursa antes da partida para WashingtonFoto: Reprodução (19.jan.21)

Às 15h20 desta quarta-feira (20), o dólar caía ante o real. A moeda americana valia R$ 5,2990na venda, um recuo de 1,10% em relação ao fechamento do pregão anterior, em que a moeda avançou quase 0,8%.

Na contramão do otimismo no exterior, o Ibovespa caía 0,79%, para 119.685 pontos.

“O mercado está preocupado com o cenário de atraso da vacinação no Brasil, o que pode fazer a recuperação econômica tardar”, explica Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos. O aumento do número de casos de Covid-19 também preocupa o mercado. 

Com essa preocupação, as ações ligadas ao turismo eram as que mais sofriam no pregão de hoje. Embraer (EMBR3) caía 3,38% e liderava as perdas, ao lado de Azul (AZUL4), que recuava 2,9%. 

Na outra ponta, as ações de varejo lideravam os ganhos depois de sofrer correções nas últimas semanas. A líder era a B2W (BTOW3), que subia 7,5% e acumulava 14,7% de ganho no ano. Logo atrás, Magazine Luiza (MGLU3), com alta de 4,5%, seguido de Lojas Americanas (LAME4), com 3,8% de valorização e Via Varejo (VVAR3), que subia 2,3%. 

Lá fora, o bom humor externo era garantido pela posse do democrata Joe Biden, que pode diminuir a tensão política nos EUA e injetar mais recursos na economia global através de estímulos que devem alcançar cifras trilionárias.


Aqui, em meio ao colapso no sistema de saúde nacional, integrantes da equipe econômica do governo e os candidatos à presidência da Câmara já discutem a possibilidade de retomar o auxílio emergencial, impactando a austeridade fiscal desejada pelo governo.

Investidores também aguardavam sinalização do Banco Central sobre os rumos da Selic, com muitos no mercado contando que o BC retirará do comunicado a promessa de manter os juros caso certos critérios sejam respeitados.

O entendimento seria o primeiro passo para se vislumbrar alta da Selic, o que poderia dar algum suporte ao câmbio. Segundo analistas, um dos motivos para a pressão sobre o real é o juro em patamar muito baixo, que deixa a moeda mais vulnerável a operações de hedge ou de financiamento para apostas em outras divisas.

Lá fora

As ações abriram perto de máximas recordes nos Estados Unidos nesta quarta-feira antes da posse de Joe Biden como presidente, enquanto a Netflix saltava depois de dizer que não precisará mais tomar emprestado bilhões de dólares para financiar seus shows e filmes.

Às 15h23, o Nasdaq Composite subia 1,87%, para uma máxima recorde de 13.444 pontos.

O Dow Jones Industrial Average ganhava 0,77%, enquanto o S&P 500 tinha alta de 1,37%.

Na Europa, a maioria dos índices demonstrava viés positivo às 9h15. O índice pan-europeu STOXX 600 avançava 0,5%, assim como o alemão DAX, enquanto o francês CAC 40 subia 0,40%. Já o indicador inglês FTSE 100 rondava estabilidade à espera do novo presidente americano.

Já as principais bolsas da Ásia não tiveram sinal único, com Tóquio em baixa, mas ganhos em Xangai. Em Hong Kong, a ação do Alibaba se destacou, após o fundador da empresa, Jack Ma, fazer sua primeira aparição pública em três meses. Na China, a Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,47%, em 3.853,09 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 1,43%, a 2,524,73 pontos.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve ganho de 1,08%, para 29.962,47 pontos, com o papel do Alibaba em alta de 8,5%, na máxima em dois meses. A ação da empresa foi beneficiada após a primeira aparição pública de Jack Ma em três meses, em uma participação via vídeo em um evento filantrópico.

O fato de que ele veio a público foi interpretado por investidores como sinal de que há riscos menores para a companhia, alvo de investigações recentes de Pequim no setor de tecnologia. Reguladores chineses se voltaram contra o Alibaba após Jack Ma ter feito um discurso crítico ao governo chinês no fim de outubro.

Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em baixa de 0,38%, em 28.523,26 pontos. Ações ligadas ao e-commerce e ao transporte estiveram entre as maiores quedas. Do primeiro setor mencionado, MonotaRO recuou 3,7%, enquanto a operadora ferroviária Keio caiu 3,9%. A bolsa japonesa foi também pressionada pela persistência de um número elevado de mortes neste inverno local por covid-19.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi terminou em alta de 0,71% em Seul, em 3.114,55 pontos. Ações do setor de eletrônicos e de montadoras se destacaram, e o sentimento foi apoiado pela perspectiva de mais estímulos fiscais nos EUA, com a posse nesta quarta-feira do presidente eleito Joe Biden.

LG Electronics subiu 13%, após a imprensa sul-coreana reportar que planeja reestruturar seu negócio de smartphones. Samsung Electronics avançou 0,2%.

Em Taiwan, o índice Taiex registrou baixa de 0,45%, a 15.806,18 pontos. Já na Oceania, o índice S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,41%, em 6,770,40 pontos, na Bolsa de Sydney. Ações de tecnologia, energia e da indústria compensaram as perdas dos bancos, no pregão australiano. 

(*CNN BRASIL/Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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