Manifestantes barram entrada de servidores e pedem reunião com Kassab. Três carros da PM acompanham o ato; porta e janelas foram danificadas.
Integrantes da Frente Nacional de Luta quebraram vidraças e invadiram na manhã desta quinta-feira (3) o prédio do Ministério das Cidades para cobrar a construção de 10 mil moradias populares no Distrito Federal. O grupo impediu a entrada de funcionários e disse que só vai deixar o local quando conseguir reunião com o ministro Gilberto Kassab.
A organização do protesto estima que cerca de 350 pessoas participem do ato. Já a Polícia Militar, 100. Três carros da corporação foram encaminhadas para o local para monitorar a situação.
O manifestante Wandaci Walter de Souza, de 45 anos, diz que ele e mais 1,8 mil famílias estão acampadas entre Santo Antônio do Descoberto (GO) e Samambaia. Ele afirma que as condições de vida são precárias no local e que o grupo não sairá do prédio ate ser recebido pelo governo.
“Chegamos às 6h e não vamos embora. Viemos preparados. Trouxemos café da manhã e até almoço. No local onde estamos acampados, por exemplo, cada família tem um espaço de cinco hectares. Isso mais ou menos representa 10 mil moradias. O governo precisa nos receber”, disse.
Servidora do Ministério das Cidades há dois meses, a auxiliar administrativo Renata Avelino, de 35 anos, foi surpreendida com a manifestação. “Não me deixaram entrar de jeito nenhum. Alguns colegas disseram que eles [manifestantes] estão tirando à força quem quer trabalhar.”
A servidora também diz que o protesto atrapalha no serviço da pasta. “Ainda não sabemos se vamos para casa ou se vamos trabalhar. O país está um desastre e ainda somos impedidos de trabalhar?”, questiona.
Debaixo de chuva, os manifestantes gritavam palavras de ordem. “O povo unido jamais será vencido.” Alguns integrantes da frente também exaltaram o movimento. ” O sistema não tem vez com o FNL. Somos o poder.”
Crianças e idosos participaram do ato. Os manifestantes danificaram duas janelas e uma porta. Além disso, retiraram lixeiras do prédio e as usaram em uma batucada. Eles gritavam palavras de ordem, reclamando habitação.