Um jovem de 21 foi internado, em estado grave, após ter sido baleado por um policial de trânsito em Hong Kong. O caso aconteceu nesta segunda-feira (21), durante uma manifestação que deixou pelo menos outras 12 pessoas – entre 12 e 49 anos – feridas. De acordo com as autoridades de saúde locais, ele foi atingido com um tiro no peito e já passou por uma cirurgia. A vítima teve lesões no fígado e no rim direito.
A ação do policial foi gravada em vídeo. Nas imagens, ele aparece disparando três vezes contra dois homens vestidos de preto – cor que identifica os protestos – na área residencial de Sai Wan Ho, onde um grupo de manifestantes havia bloqueado o tráfego. Após o tiroteio, uma multidão furiosa se reuniu e gritou “assassinos” para os agentes.
Essa foi a terceira vez que um manifestante foi ferido à bala por algum policial desde o início dos protestos, há pouco mais de cinco meses. Os outros incidentes ocorreram no início do mês passado, quando dois jovens, de 14 e 18 anos, ficaram feridos.
Fogo
No mesmo dia, outro homem acabou internado, também em estado grave, depois de ter sido incendiado durante uma discussão com manifestantes opositores ao governo local e ao da China.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver a vítima discutindo com várias pessoas em uma passagem de pedestres, reclamando da interrupção dos serviços de transporte público, antes de gritar que todos, ali, são cidadãos chineses. Em seguida, um manifestante se aproxima, joga um líquido inflamável e depois ateia fogo no homem, que consegue apagar as chamas e sair a pé do local, para logo ser levado ao hospital.
De acordo com o jornal South China Morning Post, a vítima teve 28% do corpo queimado e sofreu queimaduras de segundo grau, especialmente no peito e nos braços.
Greve
A greve geral desta segunda-feira (11) foi convocada na internet após a morte, na última sexta-feira (8), de um estudante universitário de 22 anos, que caiu de um estacionamento e sofreu graves lesões cerebrais em circunstâncias desconhecidas durante um protesto no último dia 3. Os manifestantes culpam a polícia, que nega ter alguma responsabilidade com essa morte.
Os protestos tem causado problemas no trânsito em diferentes partes da cidade durante a hora do rush. No metrô, ativistas lotaram os vagões e impediram o fechamento das portas, resultando no fechamento de algumas estações. Inúmeros policiais foram mobilizados para diferentes distritos.
As universidades também estavam entre os alvos da polícia, já que, segundo relatos da imprensa local, os agentes entraram no campus da Universidade Politécnica e jogaram gás lacrimogêneo, fazendo com que as aulas fossem suspensas.
Resposta
A chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, condenou os registros de violência extrema que marcaram a greve geral. Depois de ser informada sobre os manifestantes gravemente feridos, ela concedeu entrevista coletiva. “A violência não resolve problemas e só leva a mais violência. Se alguém acha que, a partir de uma violência intensificada, vá se pressionar o governo para satisfazer as reivindicações políticas, digo agora, de maneira clara, que não acontecerá”, afirmou.
“As pessoas não podem ir trabalhar, estudar, nem sequer caminhar pelas ruas. Não pararemos de buscar maneiras de acabar com a violência. É nossa prioridade agora. Peço a todos que mantenham a calma”, completou a chefe do governo.
*Com informações da Agência EFE