Representantes de sete associações de policiais militares e bombeiros do Distrito Federal anunciaram nesta quarta-feira (19) que vão entregar ao governador Agnelo Queirz uma carta repudiando a forma como foram concluídas as negociações com a categoria, que pedia reajuste salarial e reestruturação da carreira. Apesar da insatisfação, os líderes afirmaram que não vão se posicionar contra o resultado.
“Estamos entristecidos e nos sentido desvalorizados e traídos”, disse o presidente da Associação de Subtenentes e Sargentos, Ricardo Pato. O grupo se reuniu pela manhã em Taguatinga.
A categoria fez duas assembleias nesta terça para discutir a oferta do GDF, de reajuste escalonado de 22% no salário, ao longo de três anos, e de mudanças nos auxílios moradia e transporte.
A primeira reunião, em frente ao Palácio do Buriti, havia terminado com recusa à proposta. Os PMs informaram que rejeitaram a proposta porque queriam que o aumento ocorresse de forma linear, beneficiando a todos igualmente. A segunda, pela tarde, ocorrida na tarde de terça no Clube de Oficiais da PM, a categoria aceitou sem contestações a proposta de reajuste feita pelo GDF.
Nesta quarta, o GDF publicou dois decretos que estabelecem os novos valores para os auxílios alimentação e moradia dos militares, na ativa e aposentados. Para o primeiro, o valor previsto é de R$ 850 a partir de 1º de maio. Já para o segundo, o pagamento ocorrerá em três etapas, sempre em setembro, a partir deste ano.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Anderson Moura, afirmou considerar “superado” o processo de negociações com a categoria, que chegou a fazer operação tartaruga durante três meses para pedir reajuste salarial e reestruturação da carreira. “Para nós está muito tranquilo, esse assunto já está superado”, disse.
O coronel também afirmou considerar ter maior validade a segunda reunião, fechada para apenas 70% do efetivo – entre oficiais, subtenentes e sagentos, na qual a proposta foi acatada.
“Temos um grupo de soldados e cabos que estão demonstrando alguma insatisfação. Mas fizemos uma reunião ontem com todos os oficiais, subtenentes e sargentos, que seriam quase 70% do efetivo, que são os grandes beneficiados com o reajuste do governo”, disse.