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A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) localizou e prendeu, nesta segunda-feira (17/02/2020), um dos detentos do Complexo Penitenciário da Papuda que cavou um buraco na cela e fugiu da unidade prisional em janeiro deste ano. André Cândido Aparecido da Silva (foto em destaque) estava no Setor de Autarquias Norte.
Ele é condenado por tráfico de drogas, receptação e desacato. Segundo um dos militares responsáveis pela prisão, o criminoso tentou fugir de uma abordagem policial no setor e levantou suspeitas da corporação.
“A gente estava patrulhando a área central atrás de um suspeito de roubo e ele estava no meio de um grupo. Quando nos viu, tentou correr, mas o alcançamos e fizemos a abordagem”, explicou o sargento Halisson Figueiredo.
Como Figueiredo não fornecia identidades compatíveis, os militares decidiram encaminhá-lo à 5ª Delegacia de Polícia (área central). Na unidade policial, o suspeito passou por exame de identificação digital, que confirmou a identidade dele.
André é o segundo dos três foragidos a ser recapturado. No fim de janeiro, Carlos Augusto Mota de Oliveira, 44 anos, se entregou no Fórum Desembargador Milton Sebastião Barbosa. Ele cumpria pena na unidade prisional por latrocínio (roubo seguido de morte).
Do trio de fugitivos, apenas Roberto Barbosa dos Santos segue foragido.
Fuga
Em 28 de janeiro, os internos abriram um buraco na parede e conseguiram escapar do Bloco 1 da Ala A durante a madrugada. A fuga é investigada pela 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião).
Até então, a última fuga registrada no complexo tinha ocorrido em 21 de fevereiro de 2016, quando 10 detentos da Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF 1) escaparam durante chamada nominal feita por agentes, ato conhecido “confere”. O local abriga presos que cumprem pena em regime fechado.
Superlotação
Segundo diagnóstico do sistema penitenciário do DF elaborado no final do ano passado pelo próprio Governo do DF, a superlotação é um dos problemas do CDP. A unidade tem cerca de 3,5 mil internos (quando a capacidade máxima é de 700), os quais ficam, em média, seis meses no local. Em cada uma das celas – com capacidade para quatro detentos –, há, pelo menos, 15 presos, sendo que em algumas o número chega a 49.
A estrutura física do centro também apresenta problemas. A construção, de 1978, é feita com materiais utilizados em obras normais, e não específicas para abrigar presidiários. O relatório diz que “os presos sabem que as estruturas do CDP são frágeis” e que foram registradas cinco tentativas de fuga do local.
A exemplo das outras unidades prisionais, o centro também enfrenta déficit de pessoal. O efetivo de servidores atualmente estaria na metade do necessário.