Foram cumpridos em todo o país 12 mandados de prisão e 77 de busca e apreensão. Segundo as investigações, criminosos teriam desviado R$ 13 milhões em precatórios e R$ 2,7 milhões em tentativas de saques.
A Polícia Federal apreendeu, na manhã desta quarta-feira (31), uma mala com mais de R$ 800 mil em Goiânia. A apreensão ocorreu durante a Operação “ET Caterva”, que investiga fraudes de mais de R$ 15 milhões no recebimento do auxílio emergencial e em precatórios judiciais. Entre os suspeitos há advogados e funcionários públicos.
Os nomes dos suspeitos não foram informados pela corporação. Por isso, o G1 não conseguiu localizar a defesa deles para que se pronunciem sobre a investigação.
Em nota, a Caixa informou que apoiou integralmente a operação, adotou medidas administrativas para mitigar e combater qualquer possibilidade de fraude e que coopera com as investigações. Afirmou ainda que “procederá imediata instauração de procedimentos administrativos para apuração de responsabilidades”.
Segundo as investigações, os criminosos teriam desviado R$ 13 milhões em precatórios, que são reconhecimentos judiciais de dívidas que o poder público tem com o autor da ação, e R$ 2,7 milhões em tentativas de saques. Além de Goiás, os mandados, expedidos pela 5ª Vara Federal de Cuiabá, foram cumpridos em outros 11 estados.
Os policiais cumpriram 12 mandados de prisão, 77 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens. Também foram determinadas nove medidas de suspensão do exercício da função pública.
Segundo a PF, a investigação apontou que a organização criminosa se aliava a servidores de uma instituição bancária, que forneciam informações sobre precatórios à disposição para saque. Conforme a corporação, o grupo investigado é composto por um número significativo de pessoas.
O nome da Operação, “Et Caterva”, se trata de expressão em latim, utilizada de forma pejorativa, que denota a ideia de um grupo de comparsas, visto que a investigação identificou um grupo de pessoas que se uniram no propósito de cometer os delitos.
Como funcionava o esquema
As investigações apontaram que o esquema criminoso se dava com a confecção de documentos falsos, os quais eram forjados com os dados dos beneficiários dos precatórios e as fotografias dos estelionatários, que se dirigiam ao banco para realizar os saques.
Em seguida, uma vez efetuado o levantamento do precatório, o montante era espalhado em diversas contas, com o intuito de ocultar a origem ilícita. Depois que eles conseguiam levantar o valor de precatório, o total era distribuído por várias contas para tentar ocultar a origem do dinheiro.
Assim que o banco suspendeu, temporariamente, o pagamento de precatórios, os criminosos foram atrás do auxílio emergencial. A PF conseguiu apurar que foram feitos 1.570 saques de benefícios indevidos entre os meses de abril de 2020 e março de 2021.
Com informações do G1*