A presidente da Petrobras, Graça Foster, admitiu, ontem, que já tinha, desde meados do ano, a informação de que a SBM Offshore fez pagamento de propina a “empregado ou ex-empregado da Petrobras”, admitida pela própria fornecedora, sediada na holanda. Até então, a Petrobras não havia comunicado oficialmente que tinha recebido tal informação.
O que vinha sendo dito – e foi repetido na última sexta, quando a Petrobras voltou ao tema por meio de um comunicado – era que uma comissão de apuração criada em fevereiro, quando as denúncias tornaram-se públicas, havia investigado internamente, durante 45 dias, mas nada havia sido descoberto. E que, depois disso, a apuração continuou, e relatórios complementares haviam sido enviados à Controladoria Geral da União e o Ministério Público Federal.
O comunicado da semana passada foi emitido no contexto do acordo fechado entre o Ministério Público holandês, que investigava o caso, e a SBM. “Passadas algumas semanas, alguns meses (da investigação interna da Petrobeas), eu fui informada de que havia, sim, pagamentos de propina para empregado ou ex-empregado de Petrobras. Imediatamente, e imediatamente é ‘imediatamentemente’, é que informamos a SBM de que ela não participaria de licitação conosco enquanto não fosse identificada a origem, o nome de pessoas que estão se deixando subornar na Petrobras. E é isso que aconteceu, tivemos uma licitação recente, para plataformas nos campos de Libra e Tartaruga Verde, e a SBM não participou. A SBM foi eliminada das licitações em maio.
Graça disse que não tem informação de quanto foi recebido nem de quem. “Fomos à Holanda, aos Estados Unidos, sem sucesso. Até hoje não sabemos nem nem quanto. Quem paga é a SBM quem paga não está participando das licitações”, disse. Pelo acordo fechado com o Ministério Público holandês, a SBM comprometeu-se a pagar US$ 240 milhões para encerrar as investigações. Em relatório, os procuradores holandeses dizem que a empresa não encontrou provas concretas de pagamento de propinas, mas as investigações do Ministério Público teriam confirmado tais pagamentos. A CGU afirma que as investigações levavam a “fortes indícios” de recebimento de propina por seis diretores da Petrobras.