Projeto do relator Paulinho da Força que propõe redução de penas aos envolvidos na trama golpista não agrada aos caciques petistas da Câmara

Não foram só os bolsonaristas que não gostaram da proposta do Centrão para reduzir as penas dos condenados pelo 8 de Janeiro. Caciques do PT de Lula também resistem à ideia.
Entre lideranças petistas da Câmara, a avaliação é que não há como votar a favor de uma redução de pena que beneficie Jair Bolsonaro e os militares do “núcleo crucial” da trama golpista, já condenados pelo STF.
Mesmo após Lula afirmar ao PDT que não se opõe à redução de penas, inclusive para Bolsonaro, a avaliação de caciques do PT é que não há como colocar o carimbo do partido na proposta.
A posição dos petistas pode ser um problema para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), principal fiador da ideia de substituir uma anistia ampla por uma redução de penas.
Atualmente, a federação do PT-PCdoB-PV tem 80 deputados. Esse número se somaria aos 88 deputados do PL, que também são contra reduzir penas por defenderem uma anistia ampla.
PL da Dosimetria
O acordo para votar o agora chamado “PL da Dosimetria” foi costurado pelo relator, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), em reunião com o ex-presidente Michel Temer e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG).
A conversa aconteceu na noite da quinta-feira (18/9) e teve a participação remota de Hugo Motta. No encontro, ministros do STF como Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes foram consultados por telefone.