O governador Agnelo Queiroz classificou, nesta quinta-feira (5), como “perverso” o protesto por reajuste salarial dos enfermeiros da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Nesta quinta, a categoria fez uma manifestação em frente ao Palácio do Buriti por isonomia salarial com odontólogos. Parte da categoria também paralisou as atividades nos hospitais e postos de saúde do DF.
Segundo o governador, os enfermeiros da rede pública ganham até três vezes mais que profissionais do setor privado e já foram contemplados com reajuste salarial na atual gestão, com incorporação das gratificações no salário definitivo.
“Os enfermeiros foram atendidos, tiveram uma conquista extraordinária”, disse. “Nosso governo incorporou toda a gratificação que existia no salário definitivo e eles tiveram um aumento extremamente elevado.”
Segundo o governador, o pleito dos enfermeiros não terá apoio do governo. “Agora eles querem fazer outra reivindicação porque os odontólogos tiveram um amento e querem acompanhar. Isso não teria fim, porque toda vez que tivesse aumento da categoria, todas as outras querem igual. Isso é perverso contra o povo.”
De acordo com a presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Fátima Aparecida Lemes, o aumento dado aos odontólogos e médicos foi bem superior.
“Nós, enfermeiros, estamos indignados com a discrepância do aumento salarial. Tivemos uma média de 5% a 10% de aumento e os médicos, de até 69%”, disse. “A gente acredita na sensibilidade do governo em corrigir o equívoco feito pela Secretaria de Administração [Pública].”
Cerca de 400 pessoas, segundo a Polícia Militar, fizeram bloqueios temporários nas seis faixas da via N1 do Eixo Monumental, nesta quinta. O protesto provocou congestionamento na área central de Brasília e afetou o atendimento em todos os hospitais, centros e postos de saúde do DF. Apenas UTI’s, emergências e centros cirúrgicos tiveram atendimento.
O enfermeiro Luis Carlos Tocantins, que coordena um grupo da categoria nas mídias sociais, afirmou que os enfermeiros foram os únicos profissionais de saúde que não foram recebidos pelo governo do DF. “Estamos sendo tratados como dispensáveis na saúde. Médicos, dentistas e especialistas tiveram aumentos. Nós sequer fomos recebidos pelo governador”, disse.