Casal de 47 e 39 anos passou a ser perseguido após construir uma casa ao lado. Em uma das situações, a mulher jogou fezes na piscina
Uma mulher de 55 anos acabou presa pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nessa segunda-feira (5/4), por perseguir um casal de vizinhos. Segundo a 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires), a suspeita praticou contra as vítimas atos de injúria e que perturbavam a liberdade e a privacidade. A situação durou 14 anos.
De acordo com a polícia, o casal, de 47 e 39 anos, passou a ser perseguido pela autora após iniciarem a construção de uma casa. A obra fica ao lado da residência onde a suspeita mora. A partir de então, a vizinha passou a ofender o proprietário, chamando-o de burro por ter erguido o imóvel daquela maneira.
As ofensas e as perturbações passaram a ser constantes, ocasião em que a suspeita chamava o homem de “viado”, “gigolô”, “vagabundo”, entre outros.
No decorrer dos anos, a mulher passou a subir em uma escada, que havia encostado no muro que divide os imóveis, para xingar o casal e, entre as injúrias proferidas, afirmou que o vizinho era um “preto de alma preta”.
Em outra ocasião, as vítimas acordaram com os xingamentos da mulher e, ao saírem no quintal verificaram que ela havia jogado diversas coisas dentro da piscina, tais como absorvente, papel higiênico, embalagem de marmita, caixa de sapato, fezes e areia
Na tarde de segunda-feira (5/4), o casal voltou a ser incomodado pela mulher, que subiu novamente na escada colocada no muro que divide as residências e passou a dizer que os vizinhos estavam ”roubando” água, chamando-os de ”crentes safados”.
Ao tomarem conhecimento dos fatos, os policiais da 38ª DP foram até o endereço das partes, em Vicente Pires, e as conduziram para a delegacia. A mulher acabou presa em flagrante pelos crimes de injúria preconceituosa e perseguição (stalking).
Somadas, as penas alcançam cinco anos de prisão.
Stalking
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou a lei que inclui a tipificação do crime de perseguição física ou on-line, também conhecida como prática de stalking. O ato é definido como a perseguição que interfere na liberdade e na privacidade da vítima.
Tentativas persistentes de aproximações físicas, recolhimento de informações sobre a vítima, envio repetido de mensagens, bilhetes, e-mails, perseguições e aparições nos locais frequentados pela vítima são alguns exemplos que podem ser configurados como crime.