Um dos suspeitos se passou por funcionário de um banco, ligou para a entidade e fez com que um programa malicioso fosse instalado
Um grupo criminoso que deu golpe de R$ 220 mil em uma instituição social que atende autistas é alvo da Operação Asperger deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na manhã desta sexta-feira (25/3). A investigação é conduzida pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf).
Os policiais já cumpriram cinco mandados de prisão temporária e 16 de busca e apreensão em Vicente Pires, Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Núcleo Bandeirante, Santa Maria, Novo Gama (GO) e Santo Antônio do Descoberto (GO). Outras pessoas ainda são procuradas pelas equipes.
O crime ocorreu em outubro de 2021, quando um dos suspeitos, se passando por falso funcionário de um banco, telefonou para uma instituição filantrópica que presta assistência a pessoas com deficiências intelectuais e autismo.
Usando o argumento de que havia suspeita de fraudes em transações bancárias, o criminoso induziu uma funcionária a instalar suposto dispositivo de segurança.
A partir de então, os criminosos subtraíram R$ 220 mil da conta bancária da entidade. Inicialmente, eles distribuíram os valores para duas empresas, um supermercado localizado no Sol Nascente e uma Tapeçaria, em Taguatinga.
Com os dinheiro na conta, os proprietários dos estabelecimentos fizeram várias transferências para contas de pessoas físicas. Os valores foram pulverizados, ainda, por meio de saques, Pix, pagamento de boletos e máquinas de cartão de crédito e débito. O objetivo era tentar ocultar as quantias adquiridas de forma ilegal.
Parte dos investigados tem antecedentes criminais por latrocínio, estelionato, porte ilegal de arma de fogo, roubo, tráfico de drogas e receptação. Agora, os criminosos serão autuados por furto mediante fraude por meio eletrônico, associação criminosa, e lavagem de dinheiro.
Phishing
A fraude aplicada pela quadrilha é conhecida como phishing (pescaria em inglês), uma ameaça virtual que utiliza iscas e artifícios para atrair a atenção de uma pessoa e fazê-la realizar alguma ação.
Caso o indivíduo morda a isca, poderá informar dados pessoais, financeiros, senhas e cartões de crédito. Nessa fraude, os criminosos utilizam mensagens aparentemente reais como, por exemplo, as de bancos, mas com alteração de senhas e direcionamento para sites falsos.
Confira dicas da polícia para não cair no golpe:
1 – As instituições bancárias não fazem ligações para liberar ou atualizar dispositivos e nem orientam os clientes para se dirigirem até um terminal de autoatendimento para realizar qualquer tipo de transação;
2 – Caso recebam qualquer telefonema dos bancos, o cliente deve anotar os dados e, preferencialmente em outro aparelho telefônico, ligar para os canais oficiais bancários ou para o gerente da conta;
3 – Desconfiar quando o interlocutor alegar urgência para solucionar o suposto problema;
4 – Não confiar no número que aparece no visor da ligação recebida, pois existem aplicativos que camuflam o número, aparecendo o número da central dos bancos;
5 – Os dados pessoais e senhas somente são solicitadas quando a ligação é iniciada pelo cliente, o contrário não ocorre.