A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado – Cecor, com o apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, através da PDOT, e da Subsecretaria da Receita do Distrito Federal, deflagrou, na manhã desta quinta-feira (16), a Operação Makhfi, visando o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela 6a Vara Criminal de Brasília.
A investigação, que é desenvolvida no âmbito da Divisão de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária – Dicot/PCDF, indicou que um grupo empresarial, composto por familiares, interpõe “testas de ferro” e/ou “laranjas” no quadro societário de suas empresas objetivando dissimular as efetivas participações e ocultar patrimônio familiar.
O modus operandi consiste na inserção de pessoas em empresas que estavam com elevada dívida tributária, para finalizá-las na sequência, e, também na utilização de familiares residentes no exterior no quadro societário dessas empresas, sempre com o propósito de inviabilizar eventual persecução fiscal, cível e penal, blindando o patrimônio familiar.
Divulgação PCDF
Os investigados além de ocultarem o patrimônio auferido de maneira ilícita adquirindo bens de luxo (principalmente carros), transacionam lotes em condomínios irregulares se valendo do fato de não ter escrituras públicas, facilitando, nesse último caso, a lavagem do dinheiro proveniente da sonegação fiscal. A dívida tributária das empresas do grupo ultrapassa a vultosa quantia de R$ 5 milhões.
A busca ocorre na casa dos investigados, em empresas do grupo e em um escritório de contabilidade, todos localizados no Distrito Federal. As medidas visam a consolidação e robustecimento dos elementos probatórios já compilados, visando fortalecer a efetiva participação de cada integrante do grupo criminoso, além de apreensão de bens e valores e identificação de outros visando o ressarcimento aos cofres públicos.
A ação de hoje contou com a participação de 30 policiais e de duas equipes da Subsecretaria do Distrito Federal. Os suspeitos são investigados pelos crimes de Integrar Organização Criminosa, Lavagem de Dinheiro, Sonegação Fiscal e, caso condenados, podem pegar até 23 anos de prisão. *Makhfi é um nome árabe que faz alusão a algo escondido ou oculto.