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Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) finalizou o inquérito aberto para investigar o assassinato da pequena Júlia Félix de Moraes, de apenas 2 anos. A criança foi morta a facadas pela própria mãe, Laryssa Yasmim Pires de Moraes (foto em destaque), 21 anos, no último dia 13, em Vicente Pires.
O chefe da 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro), delegado Josué Ribeiro da Silva, indiciou a mulher por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por impossibilitar a defesa da vítima. Ela ainda responde por lesão corporal por ter ferido o ex-companheiro Giuvan Félix.
Em depoimento, prestado um dia após cometer a barbárie, Laryssa narrou detalhes de como executou a própria filha. Segundo a jovem, o crime ocorreu na cozinha do apartamento, de apenas três cômodos.
Ela contou ter acordado por volta de 5h30 da manhã. Depois, colocou sobre a pia um colchão de berço e levou a filha até a bancada. “Tentou, primeiro, dar uma facada, mas não deu certo. A bebê começou a chorar. Foi aí que ela tentou sufocar com a mão, fechou os olhos e acertou outras duas vezes”, descreve o delegado Josué Ribeiro.
O primeiro golpe acertou a pequena Júlia próximo ao pescoço, mas não chegou a perfurar a pele da menina, pois Laryssa teria usado pouca força. No entanto, na sequência, ela apunhalou a garota mais duas vezes e, dessa vez, a lâmina penetrou o tórax. Segundo as investigações, a barbárie foi praticada com uma faca de pesca, de ponta triangular.
Após tirar a vida da criança, Laryssa foi ao quarto onde o ex-companheiro e pai de Júlia dormia e tentou acertá-lo. Giuvan Félix teria acordado assustado e, na tentativa de desarmar a mulher, acabou se ferindo no rosto. Após tomar a faca de Laryssa, ele se deparou com a filha ensanguentada e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) . “Enquanto Giuvan estava no telefone, ela guardou a faca e escondeu o colchão na área de serviço, que encontramos após voltarmos à casa”, afirma o delegado.
Sem motivo
Mesmo contando todos os detalhes do assassinato, a mulher não apresentou um motivo. Os investigadores suspeitam que ela não aceitava o fato de os avós maternos e paternos terem procurado a Justiça para tentar tirar a guarda da menina.
Laryssa foi submetida a exame toxicológico. A polícia quer saber se ela estava sob efeito de drogas no momento do crime. Como Giuvan afirma não ter ouvido nenhum grito do bebê, a hipótese levantada pelo delegado é que ele possa ter sido dopado. “Todo o prédio ouviu, menos ele”, conta. O pai da criança, inclusive, diz se lembrar de ter tomado um suco feito por Laryssa.
Briga pela guarda
Giuvan e Laryssa estavam morando juntos desde janeiro, quando a mulher foi expulsa de casa pela mãe. Como não tinha onde ficar, ela pediu para ficar na casa dele por um tempo.
Como a acusada não tratava bem a criança, Giuvan brigava pela guarda. Ao buscar informações na Defensoria Pública, no entanto, ele foi orientado a pedir que Laryssa saísse de casa.
Foi aí que foi dado o ultimato para que ela deixasse o imóvel, manobra apoiada, inclusive, pela avó materna da criança. Apesar dos sucessivos pedidos de Giuvan, ela sempre adiava a saída do imóvel. “Chegou a dizer que voltaria para a antiga namorada, para irritar Giuvan, mas não surtiu efeito”, diz Josué.
Troca de acusações
Após confessar que havia matado a filha e ter sido presa em flagrante, Laryssa acusou, em depoimento prestado na 12ª DP, o pai da menina pelo crime. Giuvan chegou a ser detido, mas acabou liberado por falta de provas e por que a própria Laryssa voltou atrás e, novamente, disse que fez tudo sozinha.
A policiais militares que foram ao local do crime, Laryssa levantou o braço quando foi questionada sobre quem havia matado Júlia. A mulher não resistiu à prisão em flagrante. Ao ser indagada sobre o que teria feito, ela disse: “Não sei, não sei, não sei! Matei minha filha“, de acordo com informações registradas na 12ª DP.