Pela regra, Hong Kong terá um comitê que tem poder de veto de candidaturas que não forem consideras patrióticas.
O Parlamento da China aprovou uma medida nesta quinta-feira (11) que altera o sistema eleitoral de Hong Kong, um território semi-autônomo que, caso a lei seja efetivada, terá menos representação democrática em suas instituições.
Os chineses terão um mecanismo para vetar candidaturas de políticos caso eles não sejam considerados leais à China. Na prática, a lei elimina a possibilidade de haver oposição.
A nova regra exige “patriotismo” em relação à China dos candidatos.
As medidas também vão mudar o tamanho do Parlamento de Hong Kong e a composição.
Haverá um comitê para selecionar quem será o líder. Esse grupo de pessoas terá o poder de vetar candidatos para que apenas os patriotas possam concorrer.
Esse comitê também terá o poder de escolher diretamente uma parte do Parlamento.
O governo chinês tem tomado medidas para aumentar o controle que exercem em Hong Kong –uma delas foi a lei de segurança nacional, imposta em junho do ano passado, que, na prática, é uma justificativa legal para perseguir a oposição.
Houve movimentos de rua pró-democracia em Hong Kong em 2019, e a China os interpretou como uma ameaça à segurança nacional. Desde então, parte dos políticos de oposição na China foi presa.
No Parlamento da China, a votação foi de 2.895 votos a favor da medida que estabelece um veto a candidaturas contra 0. Houve uma abstenção.
A líder de Hong Kong, Carrie Lam, é uma aliada dos chineses. Ela disse estar grata pela lei e que essa medida vai colocar a cidade de Hong Kong no rumo certo.
Até 1997, Hong Kong era uma colônia do Reino Unido. Quando o território foi devolvido à China. Na ocasião, foi acordado que o território seria parte da China, mas teria uma dose de autonomia, um entendimento que ficou conhecido pelo lema um pais, dois sistemas. (G1)