Maria José Rocha Lima
Nunca me esqueci da frase citada pelo professor Davi Silva em nossa primeira aula sobre Inteligência Emocional: “Por amor se morre, pelo poder se mata!” Essa citação foi tão marcante para mim que a registrei em pronunciamento na Câmara dos Deputados, quando atuava como subsecretária da Mulher, durante um evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher — e deu o que falar.
A frase me impactou profundamente por resumir, de forma tão simples e poderosa, os grandes conflitos humanos. E eu, que não sou uma leiga em política ou nas questões de poder, fiquei profundamente impressionada. Mencionei o autor, com nome e sobrenome, porque essa reflexão resume com precisão desde as violências domésticas e familiares, que muitas vezes passam despercebidas, até os grandes e bárbaros conflitos coletivos, como as guerras. Digo isso porque não há nada mais devastador do que a ausência de paz no lar, que deveria ser o espaço de descanso, de afeto e de acolhimento.
O professor Davi Silva é um mestre que cultiva um raro apreço pelo autoconhecimento, pela autenticidade e pela ética. Ele nos ensina, de um lado, o valor do saber, e de outro, a importância de um saber que tenha significado. Insisto nisso porque os seus ensinamentos nos conduzem para fora do labirinto da vida, como desejava Freud. Suas atividades didáticas se aproximam de um trabalho de análise: um verdadeiro instrumento para reflexão e transformação.
Diferentemente do ensino convencional, onde grande parte do conteúdo é puramente informativo e, muitas vezes, desprovido de sentido, o professor Davi aposta em um conhecimento que prepara para a vida. Em vez de apenas acumular informações para satisfazer as exigências pragmáticas do mundo, ele convida jovens e adultos a não abandonarem a verdade, a ética e o saber significativo.
Além de talentoso, o professor Davi Silva possui uma formação ampla, aliada a uma prática pastoral dedicada. Com formação em psicologia e psicanálise, ele busca formar seres humanos completos — homens, mulheres e jovens que consigam equilibrar corpo e espírito, e que tenham o espírito como guia de todas as ações, de modo a espelhar um futuro digno, consciente e comprometido com a verdade e com a ética.
Destaco tudo isso para ressaltar o desafio atual do magistério: remar contra a maré da “morte de Deus”, contra a relativização dos valores morais, da ética, da religião e da verdade.
Professora, mestre em Educação, doutora em Psicanálise. Foi deputada entre 1991 e 1999. Soroptimist International Brasília Sudoeste.