A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (12), durante cúpula do Mercosul no Uruguai, que o bloco deve adotar “medidas cabíveis pertinentes” para evitar a repetição de episódios de espionagem como recentemente revelado.
“Mais do que manifestações, devemos também adotar medidas cabíveis pertinentes para coibir a repetição de situações como essa”, afirmou a presidente, que saudou a decisão do Mercosul de rechaçar o monitoramento feito pelos Estados Unidos.
“Queria também saudar a decisão no âmbito do Mercosul do direito ao asilo”, disse a presidente, sem se referir ao ex-agente americano Edward Snowden, ao qual a Venezuela, integrante do Mercosul, ofereceu asilo.
A presidente disse, durante discurso na cúpula, que a segurança do país e a privacidade dos cidadãos e empresas “devem ser preservadas”. “Esse é um momento de demarcar um limite para o Mercosul”, declarou.
Dilma disse que o governo e o povo brasileiros “não transigem com sua soberania”. “Por isso saúdo a decisão de rechaço tomada pelo Mercosul para todas as questões relativas ao ferimento tanto da nossa soberania quanto o direito individual de nossos povos”, afirmou.
As recentes denúncias de que informações eletrônicas de cidadãos e instituições brasileiras estão sendo objeto de espionagem por órgãos de inteligência, de acordo com a presidente, “fere nossa soberania e atinge os direito individuais inalienáveis de nossa população”. Em nenhum momento do seu discurso, porém, a presidente citou os Estados Unidos.
A presidente também disse que o Mercosul repudia o fato de Itália, Portugal e França não deixarem o avião de Evo Morales, presidente da Bolívia, pousar em seus países. O presidente foi impedido de entrar no espaço aéreo de França, Portugal e Itália pela suspeita de que estava transportando o ex-técnico da CIA Edward Snowden – procurado pelos Estados Unidos. Depois das negativas de Itália, Portugal e França, o avião pôde pousar na Áustria. Para Dilma, países latino-americanos “foram ofendidos” com o impedimento.