sábado, 25/10/25
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Padre Moacir presta depoimento à Lava Jato em Curitiba

Às vésperas do início da festa de Pentecostes na Paróquia São Pedro, em Taguatinga Sul, o padre Moacir Anastácio de Carvalho teve de fazer uma pausa nos preparativos para a celebração, que começa no próximo domingo (8/5). Na quinta-feira (28/4), o religioso viajou a Curitiba para explicar a investigadores a origem e o uso dos R$ 950 mil recebidos de empreiteiras para a realização do Pentecostes em 2014. Parte desse dinheiro teria sido doado por empresas citadas na Operação Lava Jato.

O padre Moacir prestou depoimento, durante uma hora e meia, ao delegado Luciano Flores de Lima. O pároco levou documentos que mostrariam como as doações foram feitas: recibos e comprovantes de transferências bancárias.

No dia 12 de abril, o líder da Paróquia São Pedro acabou tragado à 28ª Fase da Operação Lava Jato, que teve como um dos alvos o ex-senador Gim Argello (PTB-DF). O político foi preso e o padre, obrigado a se explicar. Ele recebeu R$ 350 mil da construtora OAS, doação que teria sido intermediada por Argello. Além disso, padre Moacir contou ter recebido dinheiro da Andrade Gutierrez (R$ 300 mil) e da Via Engenharia (R$ 300 mil). As construtoras OAS e Andrade Gutierrez são citadas na Operação Lava Jato. A Via Engenharia e a Andrade Gutierrez são suspeitas de superfaturamento nas obras do Estádio Mané Garrincha. Elas formaram o consórcio responsável pela construção da arena.

Além de colocar a paróquia e o religioso no centro da Operação Lava Jato, o constrangimento causado pelo episódio deve acabar com um antigo costume: o de transformar a festa em palanque para políticos.

Deputados, senadores e até mesmo o governador devem assistir e participar da celebração, mas como meros espectadores. Nada de fazer discursos. A decisão é do arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Sérgio da Rocha, que se reunirá com o padre Moacir Anastácio para passar as orientações.

A festa de Pentecostes será entre 8 e 15 de maio, no Taguaparque. Considerado o maior evento paroquial do mundo, costuma ter a participação de muitos políticos. Por lá, já passaram figuras como os ex-governadores José Roberto Arruda (sem partido) e Agnelo Queiroz (PT), o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) e o ex-deputado distrital Washington Mesquita (PTB). No ano passado, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) também marcou presença na cerimônia.

Doações
Foi justamente essa proximidade com políticos que rendeu dor de cabeça ao padre Moacir. O Ministério Público Federal do Paraná cobrou explicações do responsável pela Paróquia São Pedro, que enviou um documento aos investigadores em abril.

Padre Moacir negou qualquer irregularidade e disse, inclusive, que deu recibos às empreiteiras após receber as doações.

Com o dinheiro de Pentecostes, nós pagamos todas as contas. E o restante que sobra, a gente investe em construção, em evangelização, enfim, numa série de necessidades que existem dentro de uma paróquia. Agora não existe essa de lavar dinheiro na paróquia. Isso é conversa. Existe dinheiro de doação que foi gasto com as coisas da paróquia e com a festa

Padre Moacir

Pentecostes
A festa de Pentecostes está na 17ª edição e deve atrair público maior do que no ano anterior. Segundo a organização do evento, a expectativa é de que 3 milhões de pessoas passem nos três dias de celebração.

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