Imagem meramente ilustrativa. Reprodução
Miguel Lucena
Meu peito é eterna bondade-semente
da mãe-natureza, prenhe de doces frutos,
o sangue corrente nas veias da gente
é o mesmo que corre nos bichos mais brutos.
Meu peito é um rio de águas bem claras
que o homem moderno inda não sujou,
seu leite é o leito onde as aves mais raras
molham as belas penas quando faz calor.
Meu peito sacia a fome de amor
de paz e justiça dos filhos da terra.
Bicho-homem, perdido em intensa agonia,
Meu peito é um bálsamo que cura tua dor.
Queria que os meninos da rua e da guerra
mamassem em meu peito a eterna alegria.
Foto: Pisco Del Gaiso