*Frutuoso Chaves
Conta-se que a Metro, o mais famoso studio de cinema do planeta, já teve na logomarca nove diferentes leões, desde o ano santo de 2016. Slats, o primeiro, era irlandês, nasceu no Zoológico de Dublin e foi às telas de todo o mundo após a parceria da Metro Goldwyn Pictures Corporation com a MGM.
Outro leão teria dado seus rugidos de 1922 a 1924, sem nome e sem som, porquanto estreante na época do cinema mudo. O bicho abria a boca duas vezes e olhava para os lados.
Jackie, parecidíssimo com Slats, rugiu de 1928 a 1956. Nome e porte de mulher? É assim mesmo? Tal como chamavam a cara-metade do presidente Kennedy, moça que na viuvez atracou no cais de Onassis, o armador grego, a contragosto da distinta plateia? Mas justiça lhe seja feita: mocinha, ou não, foi o primeiro animal a falar grosso, por megafone, a um público que antes dele nada ouvia.
Telly mostrou-se, de 1928 a 1932, em desenhos animados e em experimentos de curta-metragem da MGM. Teve logotipo em Technicolor, ao que li. Coffee surgiu em 1932 e apareceu em filmes coloridos até 1934. Dividiu espaços, também, com Jackie.
Depois deles, vieram Tanner (1934/56), George (1956/58) e Leo, o de vida mais longa, o que aparece na posição de quinto e reaparece na de nono leão da Metro. O que fez o menino, ou a menina, que um dia você foi dar gritinhos e bater palmas nas matinês, a cada início do filme principal, finda a etapa do cinejornal, do desenho animado e dos trailers. Lembram disso? Eu lembro… e com uma saudade enorme.
Vamos recontar: Slats e, depois dele, o coitado sem voz e sem nome, Jackie, Telly, Coffee, Tanner, George e Leo, este último por duas vezes e em dois tempos. É assim mesmo? Se não for, ponham a culpa nas minhas fontes, a começar pela Wikipédia.
Pois é, a Metro, geração após geração, pôs um leão na vida de todos nós. A bem da verdade, também assim o fizeram os ditos populares e as histórias da Carochinha, artigos nacionais como a cachaça e o caju. O fato é que o Rei dos Animais, apesar da origem africana e da versão asiática mixuruca, ganhou sotaque brasileiro e malandragens tropicais.
Quem, entre os mais adentrados, já não ouviu a expressão “brabo que só o leão da Metro”? Ou, “matar um leão por dia”, em referência ao trabalho estafante e à superação dos desafios?
Não quero estragar a festa, mas vocês já se acertaram com o Leão? Falo daquele que abocanha um belo naco do salário. Daquele sob as ordens de um Paulo Guedes cai mas não cai…
*Jornalista profissional com passagens pelos jornais paraibanos A União (Redator e Chefe de Reportagem), Correio (Redator e Editor de Economia), Jornal da Paraíba (Editorialista), O Norte (Editor Geral), O Globo do Rio de Janeiro e Jornal do Commercio do Recife (correspondente na Paraíba, em ambos os casos). Também pelas Revistas A Carta (editada em João Pessoa) e Algomais (no Recife).