FRUTUOSO CHAVES*
O Brasil reencontra a figura impressionante de Zezita Matos, via Rede Globo de Televisão. A moça encarna personagem de destaque de mais uma novela, produto nacional de larga exportação porquanto aceito em quase todos continentes. Goste-se, ou não, as novelas globais são o palco mundial desse gênero da dramaturgia.
Zezita, porém, é muito mais do que uma estrela em muito merecida ascensão. E é muito mais do que a dignidade pessoal, a competência e o talento há muito demonstrados nos teatros da Paraíba. Aqui, ela está longe de ser uma novidade, seja na área acadêmica (perguntem no Unipê), seja no desempenho de cargo público. Lembremos do Santa Roza, o teatro que a teve, honrosamente, na direção e no tablado.
Zezita, mais do que isso tudo – o que não é pouco – é um ser humano cativante. Perguntem, agora, aos habitantes de Pilar, a pequena cidade do Baixo Vale do Rio Paraíba sob cujo céu nasceu, também, o gênio criador de José Lins do Rego.
Ao que me consta, foi ali que ela veio ao mundo. É comovente vê-la, de vez em quando, entre os seus. Abraça a todos, conhece os mais velhos pelo nome e, se abordada pelos mais novos, estes últimos sempre encantados com sua presença, quer saber de quem são filhos, ou netos. Busca, assim, pistas de antigas convivências, não raramente, nos bancos do velho grupo escolar.
É ali que ela reflete a alma pura, a essência humana inigualável. Não se permite o menor deslumbramento, qualquer sinal de afetação ante a admiração e a fama em grande escala conquistadas.
Everaldo Pontes, o irmão artista que a mesma Globo projetou no mundo, é figura igualmente simples e afável. E assim também são os outros irmãos e irmãs sem pendores artísticos, o que denota um traço de berço. “Como são educados os filhos de Seu Nequinho”, comentava, vez por outra, Dona Vininha, minha mãe. Deus a tenha e, também, a todos vocês, Zezita.