Governo Trump sanciona dois magistrados por investigação sobre Israel; ONU alerta para represálias contra instituições internacionais

A ONU criticou os Estados Unidos nesta sexta-feira (19) por intensificar as “represálias” contra as instituições internacionais, depois que o governo do presidente Donald Trump impôs sanções a outros dois juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) por uma investigação sobre Israel.
Os juízes sancionados pelos Estados Unidos na quinta-feira, Gocha Lordkipanidze, da Geórgia, e Erdenebalsuren Damdin, da Mongólia, haviam votado, no início desta semana, a favor de rejeitar um recurso de Israel contra uma investigação por crimes de guerra na Faixa de Gaza.
Os Estados Unidos já haviam sancionado nove magistrados e procuradores do TPI por suas investigações sobre supostos crimes de guerra israelenses.
“O anúncio de ontem de sanções americanas contra outros dois juízes […] representa uma nova intensificação das represálias contra as instituições internacionais”, declarou o Escritório de Direitos Humanos da ONU nesta sexta-feira.
As sanções dos Estados Unidos estão relacionadas à decisão do tribunal de emitir mandados de prisão em novembro de 2024 contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, por crimes de guerra e e de lesa-humanidade.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou em comunicado na quinta-feira que os magistrados recém-sancionados haviam votado no início desta semana a favor de manter estas ordens.
“Esse tipo de ataque contra juízes, procuradores e especialistas da ONU vai contra o Estado de Direito e a administração da Justiça”, declarou na sexta-feira o Escritório de Direitos Humanos da ONU.
AFP


